Ah! Essas ruas da cidade de Rio Grande
Ruas tão antigas
Nas memórias de seus ares
Ouço uma brisa cantiga
E teus passos
Em todos os lugares
Nas avenidas dessa vida
Já passaram até mesmo...
O leiteiro e o bonde
Tempos que não voltam mais
Hoje escuto as sensibilidades
De um passado saudosista
Da fábrica da antiga Rheinghantz
Das tecelãs e das máquinas
Do apito do trem
Vejo na poeira engenha
Uma mulher e um garotinho
De calça curta e suspensório
Com um vidro de biotônico
E seu frio café preto...
E de uma mãe lutadora
De coração quente
Levando seu filho à creche
Pois ainda tem o dia inteiro
Entre fios e novelos
Para tecer seu drama existencial
Graças a vocês...
Escuto hoje o badalar do tempo
Transitando pelos mesmos caminhos
Que mesmo num cenário diferente
Traz de volta nesses versos pergaminhos
Um passado pungente
Em todas suas nuances....
De cores e sais.
ACCO