Diversas vezes . . .
Diversas vezes quando o avȏ Geraldo canta, no CIARTE, em ensaio próprio, ouvimos: É bonita a sua voz, vovȏ! NO CIARTE – Música, poesia, gente: / Remédios eficazes para a alma. / Tempo, realidade exigente; / Fé, sustentáculo fiel e salutar. / Faltou a Jéssica, que gosta de vir, / E que gostamos que venha: / Musa inspiradora do mais sublime amor. / Com sorriso, que lhe é peculiar, / Volteando, saltitando, dançando, / Diz, lindamente, repetidas vezes: / É bonita a sua voz, vovȏ! - Realmente, minha netinha, não escaparia a sua sensibilidade, embora tenhas menos de quatro anos de vida, a bonita voz de timbre próprio de seu avȏ. Desde os oito anos de idade que o privilegiado possuidor de bela voz canta, confissão própria. Conheci-o em 1953, seminarista. Em 1956 deixara o Seminário para formação de sacerdotes e foi quando me conheceu, época em que viemos, eu, meus irmãos e nossos pais, para esta Capital do Piauí. Ouvia-o cantar na parte superior da Igreja Catedral de Nossa Senhora das Dores, quando em festividades religiosas, e, comumente, pela celebração da Santa Missa. Cerca de três anos mantivemos contatos sadios de amizade, juntamente a tantos outros rapazes de boa índole. Minha inegável amiga, a mana Miracir, um ano a menos do que eu, faleceu em 1961. Nossa casa era frequentemente assediada por pessoas capazes de nos levarem fluidos puramente salutares. Anos inesquecíveis até a minha saída para casar-me, em 1958. Por aquele período maravilhoso seu avȏ Geraldo cantava assiduamente em nossa residência, localizada à rua Santa Luzia com a rua Gabriel Ferreira, 1595, sul, e as pessoas que passavam pelas referidas ruas não ficavam indiferentes. Em 1958 passou a ser caminhoneiro por um período intenso de 30 anos, o que, obviamente, dificultou o seu desempenho baseado em técnicas musicais. Mesmo assim não ficou alheio às suas capacidades natas e prosseguiu como rouxinol, com a diferença de se familiarizar com partituras correspondentes às músicas de sua predileção: Santa Lucia (DP. Palardi); Sole Mio (Capurro-Cápua); Maliconia D'Amore (Danzi); Rigoleto (La Dona e Mobile); Granada (A. Lara); Siboney (D. Morse); Jura-me (Jnever), entre muitas outras. Devo ressaltar que o mesmo continua como caminhoneiro, embora com menos atividade e tendo conquistado sua aposentadoria especial. Sou sua fã e gostaria que se realizasse como cantor, que melhor se adapta ao estilo: Vicente Celestino e Mário Lanza. Atualmente, Jéssica, o seu avȏ Geraldo frequenta, como aluno, as escolas de Música de Teresina e Artes Heitor Villa Lobos – (Fundação José Elias Tajra), no tocante a técnica vocal e teoria musical, bem como participa de um grupo coral. ANJOS / MÚSICA / POESIA – Qualifico-as gêmeas: música e poesia; / Anjos intérpretes, possuidores / De vozes melodiosas de timbre próprio / Exemplo: Geraldo, o caminhoneiro. / Espíritos, almas, corpos elevam-se. / Rompem terríveis barreiras, / Sensíveis aos naturais encantos / Das primícias celestiais e fecundas. / Terra mãe. Mãe terra. Céus, / Terra. Céus. Firmamento inteiro. / Ide ao grande e único encontro / Das verdades gêmeas e dos anjos intérpretes: / Vozes melodiosas de timbre próprio, / Perpetuai, pois, tesouros mais, / Que surgem como luzes esplendorosas / No combate às trevas impiedosas! / Obviamente que a sublimidade / Permanece e se eterniza.
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Do livro “Jéssica, Minha Neta”, Edição da autora, Teresina, Gráfica e Editora Júnior Ltda.,1995, páginas 20 e 21.
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