Para Raquel




Andar hirto.
Mãos laivadas , pés machucados sob o burel.
São Francisco passeando calmo
Com os olhos fixos no céu.

Sem cuidar da miséria,
Sem a infinita dor de quem só acredita.
Sem a fé dos que imploravam,
Sem ensaiar gesto de benção na hora aflita.

Porque ocupadas suas mãos estavam:
Um maço de rosas,
De quem pede sacrifico...
Muitos espinhos e, um grande crucifixo.

“E novembro entra mais seco e miserável!” (1)
Afiando finados, uma maior tristeza a explicar a sorte.
Farrapos imundos entoavam canções ao redor do santo,
Que olhavam o céu fatigado na cisma da morte.

De Magela

(1) “O Quinze, Raquel de Queiroz”
DE MAGELA POESIAS AO ACASO
Enviado por DE MAGELA POESIAS AO ACASO em 04/04/2011
Código do texto: T2889522
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