“Salvador”
“...Tens a tez bronzeada.
És, Cafuza, Mulata, Mameluca.
Portuguesa, holandesa, francesa, tupinambá.
Africana.
Faça inverno ou verão seu umbigo sempre amostra a encantar.
Senhora, menina, cigana, colombina.
Na Barra da sua saia guias teus navegantes, vindos de além mar ou de mares mais distantes.
Espelho de Oxum,
Baia de Iemanjá.
Suas delicias se encontram no tabuleiro e no terreiro, de Jesus e outros santos.
Tantos quem não couberam em seus 365 altares e templos.
Jardim de Oxalá, Tupã, Alah, Jeová.
Roma negra.
Terra da poesia e dos mistérios, que são muito mais do que quinze.
Que vão além do Carmo, e circula por toda a cidade fazendo que seja uma so Liberdade,
Curuzú,
Lapinha, onde os Reis e seus ternos abrem alas aos caboclos e caboclas, ameríndios e negros, de uma Fé sem conta.
Que se devotam todos os dias e que vestem branco na Sexta Feira.
Plural e única teu povo é como o Sol,
Brilhante.
És Mãe, e em seus seios alimenta de cultura a todos sem distinção.
Cidade, Estado, Nação.
Salvas da dor também o Mouro e o Cristão.
Yorubá, Sudanesa, Bantu,
Sua magia esta por todo lugar, Cidade Alta, Subúrbio,
Cajazeiras, e na Cidade baixa sempre há um Bomfim,
Um por do Sol na ponta de Humaitá ou quem sabe um sorvete na Ribeira.
Salvamor, que apaixona quem chega e abençoa quem vai.
Kètu, Fons, Mahins, correm pelas suas veias e historia.
Nas folhas de São Joaquim, no universo da feira.
Bem dita tu És de verdade jovem senhora faceira.
Meu amor,
Minha eterna Salvador...”
(“Salvador”,by Carlos Ventura)
Minha singela homenagem a minha querida Salvador em seu aniversario de 462 anos.