Os olhos azuis
Um olhar azul
Uns versos azuis
A poesia é azul
Nasceu no peito
E foi morar no sul

De teus olhos aprendi o olhar azul
De uns versos de um azul poesia
Um azul no céu, um outro no mar
De azul minha poesia ora se inebria
E toda palavra começa com azul
De um azul que dá vontade de rezar

Às vezes me inundam uns azuis
De uns abraços ainda vazios dos teus
De uns versos sussurrados no ar
E no ar da noite um silêncio
(A única prece que conheço...)
Invade um sonho como um sopro
Na linha tênue entre o vento e o olhar
Que era um vento de não saber onde
Onde o olhar, o sonho e o vento
De não saber o intento do olhar
Do sorrateiro e manso a olhar
O vento que vinha de sonhar
Uns azuis que inundam o ar
Onde tinha doçura e poesia
E esse sussurro sem calar
Onde antes tinha de haver
Essa única prece que sei
Um silêncio de te pensar
E a tua poesia chegou aqui
Mansamente a me acordar
Esqueceu uns azuis por aí
Havia ainda muito azul pra olhar
Trazia um abraço para eu sonhar
Encher os vazios dos abraços meus
Foi quando eu pude entender
Todas as preces sussurradas
Que só meu silêncio sabe fazer

 
Marcos Lizardo
Enviado por Marcos Lizardo em 28/03/2011
Reeditado em 26/05/2021
Código do texto: T2876519
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