DEDICATÓRIAS
 
Eu pairo, aqui e agora, por entre a vida
A catar lembranças mariposas
E é neste planar macio
Que ouço, ao compasso de meu coração
Cantigas antigas de outrora
De quando o inicio era comovente
Tantos olhos nos olhos de tanta gente
Tantas desconfianças e expectativas
Sonhos a granel, regados a esperança
Ao meu redor, embalados pelo tempo
Dançaram tantas fantasias e rebeldias
Conheci amigos, descobri inimigos
Chorei por uns, sorri de outros
Fiz descobertas, redescobri outras escondidas
La no fundo de uma menta, que achava morta
Renasci em mim, em outros, em tantos
Agarrada a minha mão tremula, uma Maria
Companheira
Outras Marias, Joãos, Carlos,fulanos
Foram, vieram, ficaram e partiram
Cada um deixando uma conta
Pra criar meu conto, minha historia
E levar de mim, uma pauta, uma silaba,
Um verso, pra construir seus contos
Mestres brincavam de aprender e ensinar
E assim, em meio a chuvas, lagrimas e gargalhadas
Por entre recifes de rancores ou
Nuvens de alegrias
O tempo passou, e não vimos, nem ouvimos
Agora, enquanto flutuo neste entre aspas
Quero agarrar tudo isto, mas me escapa
É água para me nutrir, tão rara e doce,
Mas líquida e escorregadia
Guardo somente comigo, a memória do sabor
Que me fez seguir e chegar aqui
Todos que passaram por mim, me entenderam,
Me criticaram,
Que me acompanharam,
Na duvida ou na certeza, no amor ou na repulsa
Todos, foram, são e me serão caros eternamente
Guardo cada um em meu chapéu,
Pra quando em outro momento de pairar vadio
Eu tire da cabeça o sombreiro, e me encharque por instantes
No mar das lembranças mariposas.
 
 
Itajari Azevedo da Rosa
Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 23/03/2011
Código do texto: T2866719
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