ARTE E GRAÇA: UMA VISÃO
Para Leda Guedes, uma artista
No pincel, a viagem
paisagens em sonho passeiam
pela ideia, razão e abstração
da luz
(ser e cor)
em uma canção quase
infantil:
pureza nos traços das cores;
força na construção da visão:
o conceito do belo a bater
nos olhos,
tela plena
graça e raça na evolução do
quadro da vida em concreto
pelas linhas conduzidas
em regência
sublime do Criador.
No desfilar das cores
as imagens surgem
filhas da leveza
- mãos e mentes –
e da corrente elo no espelho
da imaginação.
As mãos fogem, como água na
cachoeira
a espalhar a semente na
suavidade da tela a
engravidar a criação.
No rebento vêm cimento, sons
cheiro bom de rosas vermelhas
água a quebrar as rochas
e força;
a força da graça na magia
das mãos...
e uma vida tranqüila a olhar
o mar
que se faz manso, domesticado
como nuvens a passear no céu.
As mãos contemplam, contemporizam
constroem
a suave moradia do belo pelo
brilho do viver, canção comum;
e abrem uma estrada longa
curvas e retas
em plano que transforma a força
em graça:
arte pura a deslizar como balé
nos compassos renascentistas da
canção.
A graça cria a força.
A arte é um jardim de aroma
suave
a embelezar os olhos da criação.
(poema dedicado à grande artista Lêda Guedes. Suas telas falam em tom maior).