ARTE E GRAÇA: UMA VISÃO

Para Leda Guedes, uma artista

No pincel, a viagem

paisagens em sonho passeiam

pela ideia, razão e abstração

da luz

(ser e cor)

em uma canção quase

infantil:

pureza nos traços das cores;

força na construção da visão:

o conceito do belo a bater

nos olhos,

tela plena

graça e raça na evolução do

quadro da vida em concreto

pelas linhas conduzidas

em regência

sublime do Criador.

No desfilar das cores

as imagens surgem

filhas da leveza

- mãos e mentes –

e da corrente elo no espelho

da imaginação.

As mãos fogem, como água na

cachoeira

a espalhar a semente na

suavidade da tela a

engravidar a criação.

No rebento vêm cimento, sons

cheiro bom de rosas vermelhas

água a quebrar as rochas

e força;

a força da graça na magia

das mãos...

e uma vida tranqüila a olhar

o mar

que se faz manso, domesticado

como nuvens a passear no céu.

As mãos contemplam, contemporizam

constroem

a suave moradia do belo pelo

brilho do viver, canção comum;

e abrem uma estrada longa

curvas e retas

em plano que transforma a força

em graça:

arte pura a deslizar como balé

nos compassos renascentistas da

canção.

A graça cria a força.

A arte é um jardim de aroma

suave

a embelezar os olhos da criação.

(poema dedicado à grande artista Lêda Guedes. Suas telas falam em tom maior).

INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI
Enviado por INALDO TENÓRIO DE MOURA CAVALCANTI em 22/03/2011
Código do texto: T2863321