Ela era sonhadora aquela menina, fechava os olhos e fazia daquela escuridão a sua arte, onde apenas respirava fundo ignorando os alardes da realidade e repetia sempre para si mesma: É possível amar, é possível amar, é possível amar…” e dessa forma, nunca houve escuridão alguma que a fizesse desacreditar de seus sonhos, pois onde havia escuridão, para ela havia sonhos, havia possibilidades, onde seus olhinhos brilhavam com um ar travesso, tal como uma criança segurando um giz de cera em frente uma parede em branco… Havia uma luz em seu sorriso e no seu olhar, uma luz intensa, verdadeira e luz verdadeira, nem a maior das escuridões são capazes de apagar e essa sua luz contagiava, onde sempre que eu me via em tal escuridão, ela me olhava com aquele par de olhos brilhantes que sorriam para mim, tal como a brisa doce de cada manhã que sempre vinha para mostrar que era só o começo e não o fim.

Seu medo nunca foi à escuridão e sim a luz fosca da realidade brilhando em seus olhos abertos, onde ela enxergava uma realidade pichada; sonhos atropelando sonhos, sonhos perdidos e esquecidos, onde ninguém mais parecia valorizá-los, onde as pessoas pisavam firme no chão acimentado, tal como soldados marchando em sincronia, onde pareciam ter medo de voar e serem punidos por isso… “Que coração pulsante não deseja voar?” ela se perguntava em meio aquilo que para ela era um absurdo. Aquela realidade ardia em seus olhos, então, ela passou a pintá-la com os seus sonhos e sobre os seus olhos, o mundo ganhou novas cores, novas trilhas e novos horizontes e assim ela vive até hoje, onde a realidade ainda insiste em caminhar sobre o asfalto, onde as pessoas vêem nela o que querem ver, mas jamais enxergarão o que ela enxerga ou como ela enxerga, e em meio a isso, jamais saberão como viver é leve e doce.

Sobre a janela os olhos de Mel observam o horizonte, enxergando todo aquele infinito que parece não se comparar ao tamanho dos seus sonhos, que viajam sobre o céu azul dando forma às nuvens brancas, ritmadas pela brisa doce que sopra, lhe trazendo o perfume das rosas e que sussurra em seus ouvidos, lhe fazendo suspirar… Um momento tão leve e tão seu e assim ela se mantém, moldando o mundo aos seus sonhos, enquanto flerta com o amor e com a liberdade que tanto almeja do alto de seu castelo… Uma mulher que não deixou de ser menina… Uma rainha que não deixou de ser princesa, uma sonho que não se rendeu a realidade, uma fé que acreditou e foi verdade e que em seus olhos, jamais perdeu a sua realeza…

Há quem diga que ela ainda não está preparada para esse mundo, mas a verdade é que esse mundo é que ainda não está preparado para ela. 




"Dedicado a Mel Zandrini, uma mocinha muito especial que a cada dia me faz perceber que é possível sim sonhar, que soube amolecer o coração de pedra desse que voz fala e que a cada dia vem fazendo da escuridão, uma parede a ser colorida".

                                                        MelAnjo, Mili adora ocê

Felipe (Don) Milianos
Enviado por Felipe (Don) Milianos em 21/03/2011
Código do texto: T2861676
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.