A Literatura no Pano de Fundo da Vida Real, na Voz do Escritor PAULO VALENÇA
A Literatura no Pano de Fundo da Vida Real, na Voz do Escritor PAULO VALENÇA!
Autora: Solange Gomes da Fonseca
O escritor PAULO VALENÇA nos apresenta um discurso definido, ao meu conhecimento literário, como o “conjunto de fenômenos”, em produção social, cultural e econômica, onde se encontra como “fio condutor” todo o seu acervo literário.
O conjunto de fenômenos aos quais me refiro é aquilo que chamo de universo da vida real, na voz do autor.
Observo, em todas as suas criações literárias, em especial, no seu romance “Frutos Noturnos” e na novela “Rota da Angústia”, que tive o privilégio de ler na íntegra, como presente recebido, um forte vínculo no controle das leituras, onde esse controle esta presente no capricho da narrativa e, é sustentado por uma serie de mecanismos, alguns dos quais são lingüísticos, enquanto outros pertencem ao domínio da sua imaginação e vivencia ao mundo real da vida como ela é...
Na sua visão tradicional, o autor cria um texto inventando alguns personagens, que então passam a representar uma série de eventos chamados “histórias” e, a identificação do leitor com a imagem de palco da vida real é imediata, ao nosso cotidiano.
A noção de que existe aos olhos do leitor, poder nas palavras, e de que entre essas palavras, algumas são mais poderosas que outras, não há novidades, pois, tal noção é encontrada na base de muitas crenças e fundamentos sobre a linguagem como instrumento de ‘força’, dando voz aos seus personagens. Afinal, nossa atuação lingüística é parte de nossa atividade humana como um todo; atuamos em contextos, co-atuando com outros humanos, com a palavra e com o mundo que nos rodeia.
Ressalto que, se é verdade que, ”ao adentrar o espaço ficcional, nós leitores, de certa forma abrimos mãos de nossa autonomia e seguimos as instruções do autor, que é autoridade textual”, então ao entrarmos no mundo de Paulo Valença estamos completamente em suas mãos.
Muito se tem lido e dito sobre uma boa literatura popular, mas o primeiro passo é acentuar o poder literário de fruição rápida e descompromissada, onde percebemos nas obras de VALENÇA, o grande pedestal da sua atitude sobre o objeto verbal, embora que, com uma linguagem simples, mas valorizada pela função literária dos preceitos básicos de um escritor literário do cotidiano, de regularidade, ele provoca na linguagem aquilo que ela possui de máxima potencialidade de representar, visualmente, sonoramente e conceitualmente, um elemento coletivo, onde sua realização completa e se encontra com o leitor.
Daí, a importância da sua literatura, especialmente a ‘romanesca’, como um conhecimento humano rico e profundo.
Paulo Valença tem uma contribuição importante ao mundo da literatura na vida real, ao conhecimento do ser humano nas relações entre os humanos, ao conhecimento da sociedade e dos tempos históricos, como evidências as experiências de vida que ele pode nos trazer.
A essa responsabilidade com a narrativa do mundo real, ou verossimilhante, o escritor Valença, engajado com as questões sociais, se atenta em suas obras, para os assuntos de interesse geral que refletem a violência urbana ou coletiva dentro da nossa mais real crueldade de vida.
Para finalizar o meu reconhecimento ao escritor PAULO VALENÇA, deixo em claras linhas, aos leitores, o convite à suas obras literárias. Unindo-se assim, ao autor na co-criação de suas histórias e, preenchendo as lacunas que o texto deixa em abertas. Assim, como o ato verbal explícito do falante é em muitos casos dispensável, dado um pano de fundo suficiente para entender, em muitas cenas criadas pela característica do cotidiano, numa competência e versatilidade carregada consigo, PAULO VALENÇA nos oferece numa conexão espontânea ativa, as suas grandes obras literárias de seu mundo de escritor.