Mangueira uma senhora tradição.

Essa senhora com seu aroma de rosa,

que translúcida reaparece em meio ao verde,

e desfila em avenida molhada em lágrimas de emoção,

mostrando que ainda

é teimosa e caprichosa,

insiste na tradição,

a apanha da modernidade.

Chora cadenciado em uma só batida de surdo,

e emociona ao parar para escutar a voz do povo.

Mas quantas lágrimas derramadas em folhas secas,

são recolhidas em uma cartola de poemas....

Mas em vão ela insiste em ter em riste...

a verdadeira cadencia do samba,

mesmo que vencida por um insensível julgamento,

que surdo, e cego ante ao seu poema,

condena em prol do luxo banal,

e não vê as marcas das sandálias de uma passista

e o sangue manchando o surdo.

Mas segue rente esta senhora tão rosa, em sua verde esperança,

De que um dia,

O samba prevalece.

Augusta Melo

Rio de Janeiro, Brasil

LDA 9.160

Augusta Melo
Enviado por Augusta Melo em 10/03/2011
Código do texto: T2838483