Mangueira uma senhora tradição.
Essa senhora com seu aroma de rosa,
que translúcida reaparece em meio ao verde,
e desfila em avenida molhada em lágrimas de emoção,
mostrando que ainda
é teimosa e caprichosa,
insiste na tradição,
a apanha da modernidade.
Chora cadenciado em uma só batida de surdo,
e emociona ao parar para escutar a voz do povo.
Mas quantas lágrimas derramadas em folhas secas,
são recolhidas em uma cartola de poemas....
Mas em vão ela insiste em ter em riste...
a verdadeira cadencia do samba,
mesmo que vencida por um insensível julgamento,
que surdo, e cego ante ao seu poema,
condena em prol do luxo banal,
e não vê as marcas das sandálias de uma passista
e o sangue manchando o surdo.
Mas segue rente esta senhora tão rosa, em sua verde esperança,
De que um dia,
O samba prevalece.
Augusta Melo
Rio de Janeiro, Brasil
LDA 9.160