PARA NIAMEY
A...
ar...
mar...
amar...
armar...
ramar...
arder...
ar...
der...
O teu caminhar suave
nos sugere a idéia de vives a flutuar
como as plumas pelo ar
e derramar o maior amor possível
(e ser sol e ar)
e ser em essência gente.
É urgente que,
a cada dia,
haja gente que como gente aja
para a frágil sobrevivência da esperança.
Por príncípio, sabemos todos,
dás tua parcela de colaboração
para o processo de desalienação
deste ocaso de século.
Crês
e o crer é sempre importante...
És
e o ser é importantíssimo...
Crês nas criancinhas da creche,
que também crêem em ti,
e para elas és o que podes
nos teus limites humanos...
E pelas crianças, pelos iguais a ti
ainda resta
ar, mar, amor, aromas, estrelas, pirilampos...
e sonhos que precisam ser conservados,
pois tudo é vida, dádiva divina...
Ao te conhecer nos somamos
e multiplicaremos o que de ti recebermos
em um doar futuro
e seremos mais ricos dessa riqueza intangível
que nos completa a alma
e que as palavras não descrevem.
É certo, passaremos
e passarás também
mas haverás de manter tuas esperanças
ainda quando desgastadas, quando combalidas...
Sim, haverás de manter tuas solidas esperanças
ainda que os sinistros megatons
encerrados nos corpos metálicos e sacrílegos
dos estúpidos mísseis nucleares
ameacem o sonoro canto matutino dos galos,
o livre voar das neófitas borboletas,
o tranquilo marujar das ondas
e a mensagem dos anjos no Primeiro dos natais:
PAZ NA TERRA AOS HOMENS DE BOA VONTADE...
Belém - Para 15/12/2003
(NIAMEY então cursava PSICOLOGIA, estagiava em uma creche e era professora em um curso de Inglês)