Muito Mais que Amizade, Afinidade...

Enviado ao poeta Astúrio... em comentário ao seu texto O grande Teatro da Vida.
Aqui estou (RL) a convite do nobre poeta...

O grande teatro da vida.

Que texto lindo, reflexivo, viajei, aliás, é isso... ele nos leva a fazer uma reflexão do sentido das nossas vidas. Nós como atores e expectadores na trama da vida, realidade: saindo ou não de cena, o teatro continua!
Uma projeção de passado, futuro... como encontrar sentido atuando, encenando, ou nos bastidores...
E o personagem oculto? Ohhh!!! Gigante personagem oculto Tempo...
Assistir comédia e rir, assistir drama e chorar!
Não somos apenas expectadores, somos também atores, e nos recusamos muitas vezes a aceitar essa condição, assistir demanda menos esforço, zona de conforto... toda mudança gera desconforto.
Às vezes nos acovardamos por migalhas de alegria e felicidade em nome do comodismo.
Atuar gera responsabilidades e escolhas... contracenar, equilíbrio, autocontrole.
A “vida” do elenco está em dois planos, individual e coletivo... atuar individualmente é diferente do que coletivamente...percepção...é mais fácil, ou menos difícil no individual, mas não foi para isso que fomos criados, o roteirista, diretor nos quer atuando coletivamente, vamos testando nossas habilidades, nosso potencial, vamos nos descobrindo também. Com esse propósito não conseguimos fugir dos demais atores, somos envolvidos pelas mais diversas situações, amores, sensações, trabalhos, atividades, emoções, sorrisos, encantos, tristezas...e quando o envolvimento já tem adquirido proporções gigantescas...tem novo texto, novo elenco, parece que com um sopro, alguém desapareceu do palco, outros com um toque foram derrubados, outros se permitiram ir em busca de um público muito maior...e se foram...será que levam também um pouco da gente? Pois na maioria das vezes deixaram muito de si impregnados em nosso ser...
Somos acometidos a fazer uma introspecção... buscando em nós o que absorvemos de melhor, nossas transformações involuntárias para o bem, para o bom e o melhor, e aplicá-las as novas peças, as novas cenas, novos textos, novos roteiros.
É uma bagagem, nossas experiências anteriores vão nos servir de base, de escudo talvez, e espelho também, talvez os “novatos” tenham no reflexo uma lição de valor, que possa forrar seu tapete áspero com felpo macio, tingi-lo com cores alegres, ou deixá-lo menos agressivo... não maltratando tanto seus pés, aplicando uma certa suavidade, necessária para uma longa ou breve caminhada...
O acaso... faço neste sentido uma reflexão mais profunda, em que parece faltar palavras...Dizem no interior... “no andar da carruagem as aboboras se ajeitam”... as coisas acontecem quando tem que acontecer, nossos desejos e vontades são acessórios...não peça principal...Será mesmo? É, em determinadas circunstâncias isto é tão verdadeiro, um elo entre passado e futuro... às vezes eles (“acessórios”) não combinam com a peça principal, e no momento não cabem, tem que estar em sintonia, harmonia...o personagem oculto vai ajustando.
E lá vamos nós, ensaiando para uma grande apresentação onde todos têm feito "curso intensivo" melhorando e corrigindo suas atuações, por nós, para a peça...
E quando o inesperado e imprevisível “surge” ... Somos amados como verdadeiramente somos? Muitas vezes temos que usar máscara, assumir ou negligenciar falas que não são nossas, para preservar amizades, relacionamentos talvez...
Nesse teatro tem muitas cenas, choramos no palco, mas também choramos copiosamente nos bastidores, muitas vezes nosso choro não é entendido pela platéia, então temos que representar, espiar através da cortina os expectadores, ensaiar outras falas, outras expressões...
E se recebermos um texto inesperado? Uma voz aflita sussurrando em nossos ouvidos:
" _Vai lá, chegou a hora, você consegue!!!!" E de outro lado:
" _ Desista, você não é capaz!" O que prevalece? Saber que tem uma platéia que não admite erros, que pode ser a última cena, ou um diretor que ao fechar das cortinas, vai te acolher e dizer: eu manejo suas cordinhas, eu te conduzo pelo meu caminho, deixa eu te guiar... e saber desta verdade trás um grande conforto.


Pelos caminhos percorridos, pelos que ei de percorrer
Estarás sempre comigo, você alegra o meu viver
Doçura, sensibilidade, inteligência, ao seu lado, prazer
Risos, sorrisos, êxtase, inundo-me de sua genialidade e saber
Onipresente,com intensidade no falar e escrever sempre a me envolver!
  
                

Um abraço carinhoso adorável poeta...