TRAGEDIA ANUNCIADA

Uma homenagem de um poeta paraibano radicado m Natal/RN as vitimas desta tragédia anunciada provocada pelas chuvas no Rio de Janeiro em São Paulo e em todo o Brasil

(Poeta Cypriano Maribondo – cmgtpoeta@yahoo.com.br)

Natal/RN, 21 de janeiro de 2011

Uma cena se repete todos os anos.

Com a chegada das chuvas de verão.

No Rio, em São Paulo, não importa.

Todos já sabem que as tragédias virão.

Setecentos... Oitocentos... Novecentos...

Quantos mortos nós temos que enterrar.

Para que as autoridades competentes.

Uma solução definitiva possa encontrar.

Nestes últimos anos é a mesma coisa.

A chuva de verão assusta a população.

Aqui no Brasil, a chuva virou morte.

Por Deus, nós pedimos uma solução.

Achar um culpado é o que menos importa.

Governantes, defesa civil, população.

Ocupação das encostas acumulo de lixo.

É o resultado de vários anos de omissão.

O brasileiro, sem casa, sem condições.

Do imóvel dos seus sonhos construírem.

Em áreas invadidas ergue a sua casa.

É a única casa que ele pode adquirir.

Normalmente em áreas de falésias.

Encostas, barrancos sem proteção.

Os governantes fazem vistas grossas.

Os deixam ficar pensando da eleição.

Em ano eleitoral o prefeito aparece.

Promete água, esgoto, calçamento,

Regularização dos lotes, benefícios.

Ganhar o seu voto é seu pensamento.

Os riscos que virão logo eles esquecem.

É seguro, a prefeitura esteve aqui.

Começam as chuvas, motes acontecem.

Todos sabiam, não podiam construir.

Depois da apuração agora já eleito.

Aquele político que ao povo prometeu.

Todos os benefícios nas áreas invadidas.

Era promessa de eleição, já esqueceu.

Passa a culpar São Pedro e a natureza.

Pelas pessoas que morreram soterradas.

Esquece que a principal culpa foi sua.

Que deixou a população desamparada.

Vemos hoje famílias inteiras dizimadas.

Não sabem o que fazer os sobreviventes.

Perderam casa, documentos dignidade.

Enterram os mortos e tratam dos doentes.

E os políticos dentro dos seus gabinetes.

Desculpas e promessas tentam encontrar.

Mas o povo sofrido já perdeu a esperança.

Apenas ajuda de DEUS eles podem esperar.

Nesta minha poesia que acabei de escrever.

Homenageio aos mortos e aos sobreviventes.

Rezando pelo Rio de Janeiro e por São Paulo.

Pedimos as providencias imediatamente.

Para que no próximo ano as chuvas que virão.

Tragam apenas a vida que a água representa.

Encontre abrigada toda esta população.

Que fiquem livres da tragédia para sempre.