A nossa Homenagem (Póstuma) ao Saudoso Poeta Escritor Artur da Távola

De: S.S. Potencio,
- Ainda que, talvez, um pouco tarde e a más horas!,... nós, como verdadeiros integrantes de um povo que lava no Rio (de Janeiro a Dezembro) as mágoas do sonho não sonhado, dos projectos pendentes desde as obras de Santa Engrácia,... gostaríamos de aqui deixar uns versos muito singelos, que dedicamos ao Grande Artífice da Lingua Portuguesa em terras Tupiniquins, o Jornalista, Advogado, Senador da Republica do Brasil, Escritor, Poeta, Radialista, Ativista Politico... e Critico de Musica e Televisão, Artur da Tavola com quem tivemos a oportunidade de conviver ainda durante algum (pouco) tempo virtualmente como autores do portal CEN - Cá Estamos Nós!...
( http://www.caestamosnos.org/Colunistas/Silvino_Potencio/ )

Sem dúvida, os "euroditos" especialistas da lingua de todos nós, eles irão dizer que são versos feitos assim muito de repente!... porque me acostumei a escrever tudo de repente, mesmo sem sermos um verdadeiro "repentista", isto porque vivemos na terra dos intempestivos criativos e muito populares "Repentistas"... já lá vão algumas décadas, mas não perdemos a réstea de luz que nos acompanha desde o berço nordestino de Trás dos Montes Lusitanos...
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Alegorias Repentistas!... (I)

A Dona Sátira e o Senhor Sarcasmo, (*)
São politicos desta Nação!...
Ele a faz sentir orgasmo,...
- só em dias de eleição!

São dois verdadeiros amantes,
Do poder e da Democracia!...
Ela goza como dantes,...
- como ele antigamente o fazia!

Andam sempre de braço dado,
Nos palcos da DEMO CRACIA!,...
Onde o povo cantava fado,...
- hoje só se escuta a gritaria!

Viva eu!... e viva ela, a nossa Santa Terrinha,
Onde povo é quem mais ordena!,...
E enquanto a Alma definha,...
- a lei da morte os condena!

O povo unidooooooo!!!!!!!,... bem junto e inflamado,
De ardor e de amor patrióticos!,...
Anda na rua em altos brados,...
- vive à base de psicóticos!

Alegorias Repentistas (II) aos 13 de Maio...

Indo eu, indo eu... a caminho de Zumbi (**)
Eu levei uma gaiola p'ra criar um Ben-Te-Vi...
E depois que lá cheguei, eu vesti uma bermuda!...
Fiquei descalço n'areia a olhar toda a rabuda.

Tod'aquela que passava ali por perto de mim,
Eu dizia,... eu pensava!!!...
Nossa Senhora Aparecida,
- traz uma destas p'ra mim!?...

Oh minha Nossa Santa Mãe,
Neste teu dia de Maio
Me acorda deste desmaio
E traz-me uma pinga também...

- que isto de ter que escrever,
sem ter um pouco de combustível...
Não tem graça, não tem bem-querer
E... a vida sem amor, simplesmente, fic'óoooooorrrível!!!...

Silvino Potêncio - 09/Maio/2008
Emigrante Transmontano - O Home de Caravelas - Mirandela
http://zebico.blog.com

(*) Sarcasmo (do grego antigo  "sarkasmos" ou "Sarkázein"; Sarx=“carne” Asmo= queimar “queimar a carne”) designa um escárnio ou uma zombaria, intimamente ligado à ironia com um intuito mordaz quase cruel, muitas vezes ferindo a sensibilidade da pessoa que o recebe. A origem da palavra está ligada ao facto de muitas vezes mordermos os lábios quando alguém se dirige a nós com um sarcasmo mordaz.
O sarcasmo é uma figura de estilo muito utilizada nas artes orais e escritas, designadamente na literatura e na oratória. Fyodor Dostoyevsky foi um dos grandes representantes do uso deste recurso estilístico, definindo-o como " o último refúgio dos modestos e virtuosos quando a privacidade das suas almas é invadida vulgar e intrusivamente".

(**) Zumbi neste caso é uma Praia situada ao norte de Natal.

Nota do Autor: A poesia repentista é normalmente inventada pelo cantor popular de rua, GERALMENTE ACOMPANHADO POR VIOLEIRO EM DUPLA, nas principais cidades do Nordeste Brasileiro. Alguns autores de literatura de cordel, eles teem por fonte inspiradora e muitas vezes “copiadora” esta origem que se pode encontrar em quase todas as praias urbanas do litoral nordestino.
Depois de encontrado o “mote” todos os sons fonéticos são encaminhados para desafio ao oponente cantor, que pega a DEIXA do verso anterior, cantado pelo adversário... não importa se está bem escrito ou falado, o importante é a rima musical de cada verso.
Silvino Potêncio
Enviado por Silvino Potêncio em 17/01/2011
Reeditado em 02/06/2015
Código do texto: T2734440
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