Ana.
“ O garoto das drogas anda por aí
com sua mochila nas costas
e suas mentiras na língua.
Seu cabelo comprido,
mal cortado. Loiro. Bonito.
E a noite seus olhos se perdem
no nada. E se pausam
em mim.
O garoto das drogas anda por aí.
Por onde eu ando.
E por onde andarei.”
She’s got issues
com sua escarlatina nos fios de cabelo
e todas as garrafas e
“tomara que não chova”,
quem disse que não se fica bêbado com água?
Cães, cigarros, peitos, homens,
vergonhas, madrugadas, copos,
nada mais poético
e concreto
que braços e pernas cortados
e mesmo assim continuar amando.
As coisas deveriam mesmo ser mais fáceis,
como conseguir vinho barato às 2 da manhã
fora do lugar mais movimentado.
Seria bom.
Não sou a pessoa mais indicada pra dizer quem presta,
mas talvez
eu acerte mais do que imagino.
Da próxima vez eu que vou junto pro hospital
quando quebrarem algum amigo meu.
Quem vai comigo pro hospital
quando quebrarem o que tenho de mais valioso,
que bate pra eu poder viver?
O garoto das drogas anda por aí
e nós por aqui, na rua de baixo,
rindo de cães e sons;
é aí que eu me sinto eu,
que nós nos sentimos bem
e nos sentiremos. Na rua de baixo do bar.
Não sou a pessoa mais indicada
pra dizer o que fazer em qualquer situação.
Eu sou um desastre.
Mas,
Ana,
seus cabelos me seduzem.