TRIBUTO A NOEL ROSA

Não sou fã número 1 do samba, mas aprendi a apreciar, pois conheci a minha esposa numa roda de samba que, a princípio, não queria ir – mas de tanto ligarem pra mim, fui.

Hoje frequento roda de samba; ouço, também, samba em casa – até comprei CDs. Mas o momento desta homenagem é a Noel de Medeiros Rosa, nascido em 11 de dezembro de 1910, na cidade do Rio de Janeiro, RJ, o homem apaixonado declarado por Ceci (Juraci Correia de Moraes), a dama do Cabaré Apolo, a quem dedicou várias músicas, como a impecável canção “Dama do Cabaré”, composta em 1936 – mas era casado com Lindaura Martins.

Segundo a Revista de História da Biblioteca Nacional, ano 6, nº 63 (dez/2010), o poeta da Vila cantou os bêbados, os maltrapilhos, os maltratados, a boemia, a cidade, a noite, a modernidade, os acertos e os desmazelos do Brasil – e cantou de forma crítica, irreverente, satírica e bem-humorada; zombou da tragédia alheia e também da sua própria. Ao falar de tudo isso usa a linguagem do povo, do cotidiano – no amor também, mas fala sério (sem galhofas). Noel criou personagens de carne e osso – não ‘musas’ encasteladas.

Noel Rosa, em Araçatuba-SP, foi homenageado pela turma da Seresta, na Praça João Pessoa (teatro aberto) – eu termino este texto com a canção “Último desejo”: “Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo / Numa festa de São João / Morre hoje sem foguete, sem retrato e sem bilhete, / sem luar, sem violão / Perto de você me calo, tudo penso e nada falo / Tenho medo de chorar / Nunca mais quero o seu beijo mas meu último desejo / você não pode negar / Se alguma pessoa amiga pedir que você lhe diga / Se você me quer ou não, / diga que você me adora / Que você lamenta e chora a nossa separação / Às pessoas que eu detesto, / diga sempre que eu não presto / Que meu lar é o botequim, que eu arruinei sua vida / Que eu não mereço a comida que você pagou pra mim.” Prof. PEDRO CÉSAR ALVES

Prof Pece
Enviado por Prof Pece em 29/12/2010
Código do texto: T2697614