Bukowski, meu amor
Ando
a ler
muito
Bukowski
e paro
pensando nele
também
durmo
lendo Bukowski
acordo lendo Bukowski
rio tanto lendo Bukowski
e choro outro
tanto além, por nós
sozinha
lendo Bukowski
gozo
lendo Bukowski
sempre
lendo Bukowski, lendo
e só
às vezes deito
sobre ele
mas agora
o chamo de
Hank, o safado
então, me diga
se isso
não pode ser
amor
quem sabe
é um vício
trago um
Bukowski sempre
comigo, mas no fundo
é ele quem me tem
enquanto o levo, macio
em minhas mãos.