Quando o sonho dói...
O afiado fio do poder
Não sente dor
Então corta
Onde dói não conta
Não sangra
Fingindo indolor
Ignora e,
O irmão aborta...
Amordaça o querer,
A vontade nega
Em nome do amor,
Renuncia, renega...
Um irmão é só um irmão
É menor...
Um sonho é de muitos
Um sonho é maior
E, sonhar não dói...
Será?!
As marcas riscam
Ficam...
Na pele, na história
Cicatrizam,
Deixam nódoas,
Manchas...
E se repete a falácia
A hipocrisia
Disfarça,
Veste a máscara
Pinta a face
A bandeira tremula
E o poder escapula...
A chibata amaina
O discurso abranda
E o militante, zanga, zanga
Xinga, trai,
Recua, avança,
Chora, cai...
Ah, mas o verdadeiro guerreiro,
Levanta!
Encoraja-se,
Acalma a dor, a traição perdoa
Perdoa a zanga...
O pranto enxuga,
A bandeira empunha e, de
Voz embargada até canta,
Arrisca... um hino
O canto ressoa
Num grito de
Liberdade,
Sua dor ecoa!
Até quando... até quando?!
Há que sonhar, lutar e ceifar companheiro, há que ser mártir o guerreiro?!
E, sonhar não dói...
Será?!