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( Ziza Saygli )
A Porta Perfeita
A poetisa não só lava as palavras: estende-as em nossos varais, branquinhas branquinhas. Boas de vestir e exibir: vejam, acabei de ler trabalhos desta escritora!
Continue assim: seca, sintética e inspirada. Nada de estrofes ensopadas de tolices românticas, de imagens ridículas e pensamentos previsíveis e banais.
Poema longos, mas breves: depende do nosso espírito. Densos, porque pequenos. Tensos pelo conflito, pelo desabafo. Lindeza e originalidade os possuem. Para que mais?
Ouvindo melhor sua voz, não há sussurros, mas vozes altíssimas, aleluiantes, louvando a vida. Isto porque ela evoluiu, amadureceu, se desviou mais do dia-a-dia e, isolada, sonhou. E transformou seus sonhos em superversos.
O desencanto é talvez a porta mais perfeita para a grande Literatura. Assim como o são a saudade, a dor, a angústia, o desprezo, a paixão, as traições mil da existência...
Beleza acorrentada
Que delicadeza feminina, maioral, suntuosa, solene e sóbria, dos que choram escondidos sob as asas do abandono! E quanto abandono e solidão entremostrados, quanto!
O sofrimento sempre produz grandes versos, maiores até que o êxtase. Como da terra brotam as plantas e as flores e as frutas, da dor emerge a dádiva. A sua dádiva, moça, que agora compartilhamos.
Pontos altos da boa escritura: a coerência, coesão,
correção, clareza, a concisão e a elegância. Em Ziza, acresça-se ainda a maturidade estilística, a fidelidade aos temas, a beleza esculpida a golpes toscos mas certeiros (que invariavelmente lhe acertam também as mãos, o peito, a alma).
A multiplicação da paz
Literatura simples e original. Direta e pesarosa. Amor gerando amor, amparado e protegido pela Celestial Formosura. Inspirada oração - transcendente, despojada, flor de encantos, espaço de espantos. Contemplação atemporal.
Atingiu a escritora excelsas alturas. E nós, embora plantados neste chão fértil de problemas, preocupações, eventuais soluções, imersos no dia-a-dia poderosamente catalisador, ascendemos com ela. Amamos, sorrimos, dramatizamos, vivemos os instantes que suas amplíssimas (porque sinceras) palavras vivem. E pousamos mais felizes e fortalecidos, findo este voo tão meigo quão necessário.
Poesia e Liberdade
Ela se liberou por completo, bailando como nunca sobre flores, pássaros, peixes, cores, sorrisos e olhares.
Suas produções surpreendem pela leveza verbal e a meiguice amarga do amor. Lembram Cecília Meireles. A mensagem de ampla juventude nos é passada com tanta delícia estética que tudo se torna relativo.
Seus versos-garças pairam flutuantes, levíssimos, irreais, inagarráveis, supremos. Sua escritura nos tira o fôlego e a tranqüilidade conseguindo o milagre das palavras que nos fazem pequeninos, pobres, sem luz. Da apatia à ansiedade nos movemos, ao lê-la.
Seus textos recém-borboletas abrem as asas rumo aos nossos corações, olvidando ou desconhecendo ainda as nossas mentes críticas. Terá ele seu tempo maior, um dia.
( Ziza Saygli )
A Porta Perfeita
A poetisa não só lava as palavras: estende-as em nossos varais, branquinhas branquinhas. Boas de vestir e exibir: vejam, acabei de ler trabalhos desta escritora!
Continue assim: seca, sintética e inspirada. Nada de estrofes ensopadas de tolices românticas, de imagens ridículas e pensamentos previsíveis e banais.
Poema longos, mas breves: depende do nosso espírito. Densos, porque pequenos. Tensos pelo conflito, pelo desabafo. Lindeza e originalidade os possuem. Para que mais?
Ouvindo melhor sua voz, não há sussurros, mas vozes altíssimas, aleluiantes, louvando a vida. Isto porque ela evoluiu, amadureceu, se desviou mais do dia-a-dia e, isolada, sonhou. E transformou seus sonhos em superversos.
O desencanto é talvez a porta mais perfeita para a grande Literatura. Assim como o são a saudade, a dor, a angústia, o desprezo, a paixão, as traições mil da existência...
Beleza acorrentada
Que delicadeza feminina, maioral, suntuosa, solene e sóbria, dos que choram escondidos sob as asas do abandono! E quanto abandono e solidão entremostrados, quanto!
O sofrimento sempre produz grandes versos, maiores até que o êxtase. Como da terra brotam as plantas e as flores e as frutas, da dor emerge a dádiva. A sua dádiva, moça, que agora compartilhamos.
Pontos altos da boa escritura: a coerência, coesão,
correção, clareza, a concisão e a elegância. Em Ziza, acresça-se ainda a maturidade estilística, a fidelidade aos temas, a beleza esculpida a golpes toscos mas certeiros (que invariavelmente lhe acertam também as mãos, o peito, a alma).
A multiplicação da paz
Literatura simples e original. Direta e pesarosa. Amor gerando amor, amparado e protegido pela Celestial Formosura. Inspirada oração - transcendente, despojada, flor de encantos, espaço de espantos. Contemplação atemporal.
Atingiu a escritora excelsas alturas. E nós, embora plantados neste chão fértil de problemas, preocupações, eventuais soluções, imersos no dia-a-dia poderosamente catalisador, ascendemos com ela. Amamos, sorrimos, dramatizamos, vivemos os instantes que suas amplíssimas (porque sinceras) palavras vivem. E pousamos mais felizes e fortalecidos, findo este voo tão meigo quão necessário.
Poesia e Liberdade
Ela se liberou por completo, bailando como nunca sobre flores, pássaros, peixes, cores, sorrisos e olhares.
Suas produções surpreendem pela leveza verbal e a meiguice amarga do amor. Lembram Cecília Meireles. A mensagem de ampla juventude nos é passada com tanta delícia estética que tudo se torna relativo.
Seus versos-garças pairam flutuantes, levíssimos, irreais, inagarráveis, supremos. Sua escritura nos tira o fôlego e a tranqüilidade conseguindo o milagre das palavras que nos fazem pequeninos, pobres, sem luz. Da apatia à ansiedade nos movemos, ao lê-la.
Seus textos recém-borboletas abrem as asas rumo aos nossos corações, olvidando ou desconhecendo ainda as nossas mentes críticas. Terá ele seu tempo maior, um dia.