Minha Casinha Virtual ganhou comentários do Prof Pedro.
(comentários do Professor Pedro no final do meu texto)
Acho que quando eu era pequena,
ouvia muito a música "A Casa",
de Vinicius de Moraes...
Então, hoje percebi:
não é que tenho uma casa
igualzinha a que ele descreve ali!!!
Quer casa mais engraçada,
do que a que temos nos grupinhos?
Nela ninguem mora,
e ainda assim,
jamais estamos sozinhos!
Realmente não temos teto e
nem chão...
Mas basta armar chuva em algum canto
desse planeta e já gritamos:
vou simbora, que lá vem o trovão...
Aqui também não temos paredes,
entramos nas outras casas,
em questão de um segundinho...
E, como dizia a Lele:
temos até "vizinho"
Quantas outras coisinhas
faltam nesta virtual casinha,
mas quem se importa se nela não tem banheiro,
quando encontramos tantos amigos verdadeiros?
E daí que não dá pra deitar?
a gente veio aqui pra dormir ou pra prosear???
Vinicius nos profetizou!
Em suas doces letrinhas,
nosso grupinho ele imaginou,
daí veio a internet e viabilizou.
Juntamos um bando de doidos!
Pronto!
"A Casa" do Vinicius se materializou!
E com toda certeza,
a nossa também é feita com muito esmero
E o carinho é sincero.
Mas mudamos da rua dos bobos,
lá deu xabu...
mas podem nos encontrar
na Rua do Yahoo
Onde há cinco anos,
picamos cartão,
com a maior satisfação...
O número?
não tem não,
mas é facinho de achar,
pendurada na porta, tem uma plaquinha,
e tá escrito bem grandão:
"Bem vindo ao Ex-pressão!!!"
Obrigada a cada um de vocês que fazem deste grupinho, a extensão do meu lar.
Obrigada à todos os grupinhos que sempre acolheram o
ex-pressão e permitiram que eu externasse aqui,
o meu carinho e amor por ele.
O MUNDO VIRTUAL
Sempre estamos a falar e ouvir sobre o mundo virtual, mas será que realmente pensamos nele sem nos apoiar no mundo real? Recebi dias destes um e-mail, dos muitos que recebo diariamente, que falava sobre este mundo virtual que para muitos parece maravilhoso. Em parte é, mas em parte não – basta saber usar.
O lado bom, a meu ver e aos olhos de muitos cidadãos de bem, são os sites que proporcionam bons textos, bom material para pesquisa e até mesmo jogos sem poder maléfico, jogos interativos, de conhecimento; pode ainda ser citado o lado do consumo de bens: a facilidade que os sites oferecem ao consumidor sem este sair de casa, mas há de se ter o cuidado devido para o não exagero. Ou, ainda, o poder que a rede virtual oferece ao usuário na propagação de seus textos – neste caso o escritor que poucas vezes lhe é concedido o acesso às grandes mídias impressas. O lado ruim é melhor até deixar sem comentar, pois muitos poderiam ignorar alguma citação para estes tidas como boas.
Na canção ‘A casa’ Vinicius de Moraes relata ‘Era uma casa muito engraçada / não tinha teto, não tinha nada / ninguém podia entrar nela, não / porque a casa não tinha chão’ – no mundo virtual é semelhante: todo mundo se comunica, mas ninguém sabe onde está (ao menos quando há identificação) – é engraçado, não? Teto? Menos ainda. Entrar, melhor, acessar a rede. Chão? Também não. Aliás, onde estão todos?
Estão em todos os lugares, e ao mesmo tempo em lugar algum – simplesmente cada um em sua casa (ou em lan houses) e com uma casa virtual, com endereço e tudo mais. Pode ser o seu vizinho – mas também pode ser um outro ‘vizinho de condomínio virtual’ – os grandes provedores proporcionam isso... E passam horas a papear, a jogar... Esquecem, por hora, do mundo real – o que para muitos se torna um alívio. Por que não ir ao vizinho real e papear com ele? Ou – como disse tempos atrás aqui, conversam com os vizinhos, se achegam mais, apenas em tempos de eleição porque não conseguem ouvir tantas coisas impossíveis de se fazer.
Vinícius continua: ‘Ninguém podia dormir na rede / porque na casa não tinha parede / ninguém podia fazer pipi / porque pinico não tinha ali’ – aproveitando, enquanto muitos pais dormem, muitos filhos ficam na rede – e não é na rede que balança o pequeno para dormir (e, por consequência, no outro dia dormem em sala – em sala de aula!). O bate-papo, às vezes, é tão cativante que esquecem até de fazer pipi... prejudicando, posteriormente, a saúde. Mas, pensando por outro lado, será que realmente é fascinante assim? Nos noticiários casos e mais casos de pedofilia, sequestros, entre outros – e o mundo virtual continua sem teto! Continua sem teto!
Continuam dentro de um teto real – mas isolados do mundo real – mas acessando os lares de outros – irreais tanto quanto o que possuem no mundo virtual. Lares estes que podem possuir características ruins, como as citadas acima.
E o poeta arremata: ‘Mas era feita com muito esmero / na rua dos bobos número zero’ – realmente! E tentamos sempre construir, assim como o poeta, a nossa casa com muito primor, mas nem sempre conseguimos – ainda mais perante os filhos (pois, aos olhos destes – apesar de nos amarem – sempre estamos deixando a desejar, salvo raras exceções). Passamos, muitas vezes, por bobos – ou, um número zero.
Mas não adianta pedir ao mundo que pare para poder descer – pois este não para. O modo mais correto é tratar tudo e todos com esmero, mesmo sendo achado meio bobo por alguns. Para na frente colocar um ponto no assunto – que não seja este um ‘ponto final’, mas sim uma reticência, que tal olharmos para nós, para dentro de nossos lares e buscarmos uma visão mais realista que virtual?
PEDRO CÉSAR ALVES – Professor e Gestor do PEF (Paraisão) e-mail: profppedro@hotmail.com