Uma Pessoa em trindade poética!

Pessoa e Eu (Ana Marly de Oliveira Jacobino)

A 30 de novembro de 1935 falecia o poeta Fernando Pessoa¨

Um dia de tristeza neste meu dia de alegrias,

de aniversário sempre tão esperado!

Desde muito jovem ao saber da data

para não ficar em branco, lia e relia alguns dos poemas de Pessoa!

Álvaro é o que mais me deixava perplexa,

quase não o entendia bem, devido a minha pouca idade,

ou muita ignorância...

hoje, procuro entrar nos seus versos antes que me sufoquem...

Ah! Tinha aos meus olhos sempre

A biografia de Álvaro feita por Pessoa:

“Eu fingi que estudei engenharia. Vivi na Escócia.

Visitei a Irlanda.

Meu coração é uma avozinha que anda

Pedindo esmolas às portas da alegria.”

Desta maneira marcada por fortes emoções

Encontrei...

Alberto Caeiro, um outro, Pessoa...

E sua naturalidade...

“Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...

Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é.

Mas porque a amo, e amo-a por isso,

Porque quem ama nunca sabe o que ama

Nem por que ama, nem o que é amar...”

E toda a minha religiosidade

Confrontava com o paganismo

ou seria...

O epicurismo, estóico

Do outro Pessoa:

“Ricardo Reis é um pouco,

mas muito pouco, mais baixo,

mais forte, mais seco [que Caeiro].

Cara rapada (...) de um vago moreno mate”

E neste dia descobri:

“No Tempo em que festejavam o dia dos meus anos..."

Descobri a vida em Alberto, Álvaro e Ricardo

Em uma só pessoa na trindade poética!