TIRO AO ÁLVARO
ADONIRAN BARBOSA
06.08.1910 - 23.11.1982
De tanto leva "frechada" do teu olhar
Meu peito até parece sabe o quê?
"Táubua" de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde fura
Teu olhar mata mais
... do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais
... que atropelamento de "automóver"
Mata mais que bala de "revórver"
Meu peito até parece sabe o quê?
"Táubua" de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde fura
Teu olhar mata mais
... do que bala de carabina
Que veneno estriquinina
Que peixeira de baiano
Teu olhar mata mais
... que atropelamento de "automóver"
Mata mais que bala de "revórver"
FITA AMARELA
NOEL ROSA
11.12.1910 - 04.05.1937
Quando eu morrer
Não quero choro, nem vela
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela
Não quero flores
Nem couroa com espinho
Só quero choro de flauta
Com violão e cavaquinho
Quando eu morrer ...
Se existe alma
Se há outra encarnação
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão
Quando eu morrer ...
Os inimigos
Que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram
Uma pessoa tão boa assim
Quando eu morrer ...
Não quero choro, nem vela
Quero uma fita amarela
Gravada com o nome dela
Não quero flores
Nem couroa com espinho
Só quero choro de flauta
Com violão e cavaquinho
Quando eu morrer ...
Se existe alma
Se há outra encarnação
Eu queria que a mulata
Sapateasse no meu caixão
Quando eu morrer ...
Os inimigos
Que hoje falam mal de mim
Vão dizer que nunca viram
Uma pessoa tão boa assim
Quando eu morrer ...
![](/usuarios/44022/fotos/538146.jpg)
Noel Rosa Adoniran Barbosa