AO NOSSO PATRIARCA, MEU TRIBUTO!
Hoje o céu está tão triste, é manhã, mas a escuridão tomou conta. As nuvens carregadas de lágrimas e angústia não permitem que os raios de sol cheguem a nossa casa, nossa grande e bela árvore fora abaixo.
Lindos foram os dias de fruto, estes que não mais poderemos saborear. Nossa grande mangueira se foi, tão alta, tão forte, parecia tocar o céu, junto a ele agora está.
Não, eu não tenho muitas palavras, e não é porque você não as mereça, mas porque o gesto do meu coração pesado já diz tudo, você conseguiu, será eterno em nossas lembranças, não se preocupe com os erros cometidos, pois diante de tanta bonança nunca será lembrado por isto.
Meu coração ainda dói, e pensar que hoje poderia estar conosco, isto não ajuda. Você é um enorme orgulho aos seus, eu nunca diria o contrário, conduziu minha vida até onde pôde, colocou-me no caminho da luz e com a luz agora está.
Segure a mão do mestre e caminhe com ele a frente, segue seu rumo, meu bom velho, segue seu rumo!
Sua família já está reunida, somos seu legado a este mundo, com seus amigos fiéis estamos prestando uma última despedida. Ficaremos bem, estaremos em paz, o coração se manterá apertado, mas enquanto há sangue ele bate, com você muitos anos baterá.
Quanta festa nós fizemos aqui embaixo! Sempre alegre, hein seu Zé? É, sem dúvida alguma, você foi feliz, não há lágrimas que apaguem isto, só há palmas, muitas dúzias delas, que traduzem bem o seu valor para os que contigo estiveram e agora estão numa última prosa.
Vai com Deus e boa sorte no seu novo caminho. Um dia nos encontraremos lá.
Em memória de José Rêgo Lemos (20/03/1927 – 16/11/2010)