Tristes linhas
Aquela há tempos,quase etérea no turbilhão de transeuntes.vagava o olhar em distâncias estranhamente próximas.
Os dedos dos pés,pareciam buscar auxílio,para fora das botas imundas.
Seu vestido ventava leve e surrado sobre o meio fio.Também sua tímida blusa era seduzida pelo negro vento de novembro.Parecia alçar vôo pela cidade...mas era sua mente,suas mãos sugosas e frias,que se agitavam sobre o papel.Sob o gracioso e cinzento edifício.A marquise é para todos!
Quase ninguém dela se aproximara.os poucos que se aventuravam,joagavam-lhe de longe,amarelas e tristes moedas.
Nós vivemos enganados,por que tambem nos enganamos!
São nossos olhos quando fechando a mente e o coração!
Me arrisquei a até então louca novata...respire,por que caí no abismo de suas linhas,e abismado as segui...se rebelaram,revelaram-se.Uma poesia concreta pelo peso de tuas palavras,Abstrata pela travessia que ultrapassava,por ir além do concreto que nos cercara.Concreto dos seres que ali passara,que fúteis e despreocupados,lhe jogara,moedas frias,infrutíferas e enganadoras.
Pois em momento algum,aquela clara mente,coberta de cabelos brancos,pedira algo ao menos parecido!
À penas,sugara para o papel,nós!Verdadeiros pobres transeuntes!Que passamos apressados e,diantes dos outros,no garantimos fortes e misericordiosos.Jogando-lhes o máximo de nós ao próximo...estridentes metais que como seus donos,vagos e amedrontados atravessam.Vagos!
Não temos tempo para o diálogo...nós o metalizamos!