"Um Homem que morreu criança"
Chiquinho! Assim o chamavam os mais íntimos, não apenas porque era uma forma carinhosa de agradar-lhe, como também porque pareciam adivinhar que ele nunca chegaria a ser o Sr. Francisco.
Sua vida, um pouco curta, sempre fora marcada por momentos que evidenciavam carência afetiva e muita dependência do próximo. Em sua adolescência deixou-se abater pelos problemas familiares, na época, em razão do alcoolismo de seu pai, tornando-o indeciso e confuso, fatores que o induziam para a incerteza do rumo que deveria tomar, após a morte daqueles que mais amava.
Seu destino não mudaria aí, pelo contrário, trilhou o caminho do infortúnio, onde ainda o álcool mostrava-se como um remédio que curaria todos seus males, inclusive o da alma. As luzes que jamais o iluminaram bem, transformaram-se em trevas e, então, juntamente com as doenças do corpo, aproximou-se do abismo, aonde só não chegou a cair porque ficou dependurado pelas mãos trêmulas do tio, com o qual se identificava melhor, agarrando - as com unhas e dentes, até a morte.
Seus irmãos, infelizmente, não obtiveram êxito quanto ao fato de demovê-lo da idéia de utilizar o álcool.
Jamais será esquecido, pois sua imagem de magnífico ser humano desprovido de sentimento mau, ficará marcada na vida das pessoas que o cercavam, principalmente de seus irmãos, como o retrato de um homem que não passou de um menino inocente e de bom coração.
Esta simples homenagem foi redigida originalmente na data de 31 de outubro de 1985 por este escritor, em um momento de saudades de seu querido irmão Francisco Carlos de Freitas Lobato, nascido no Rio de Janeiro aos 05 de junho de 1953 e falecido em 20 de agosto de 1985. Que DEUS lhe dê o descanso eterno.