Dia de Finados /"Meu Testamento"
Depois do falecimento, em 1995, de minha mãe Jeanete,escritora da Academia Parnaibana de Letras, sempre no Dia de Finados passo a render-lhe homenagens divulgando poesia de sua autoria. Assim hoje compartilho dom meus amigos recantistas essa obra poética:
MEU TESTAMENTO
Quando percebi que tinha meus dias contados
que minha vida rapidamente
chegaria ao fim,
pensei fazer o meu testamento.
Dei balanços em tudo que possuía,
contei casas, contei dinheiro,
meus livros-grande tesouro!
Meus ricos pertences,minhas antiguidades...
Depois...somei tudo.
E vi que tudo era nada!
Cacarecos sem valor,
coisas inúteis e supérfluas,
expostas as calamidades,
ao risco dos incêndios
e dos ladróes.
Para que testamentar
esses bens que se podem acabar,
que as traças podem roer
ou o fogo devorar.
se outros bens imperecíveis
eu conseguir amealhar?
Senhor,tu mesmo dissestes
que nenhum copo d'água
dado ao menor irmão
ficaria sem recompensa
no reino de teu Pai.
Nos celeiros eternos
vou procurar guardar
outras riquezas,
não as da terra!
Meus filhos não herdarão de mim
castelos, nem fazendas,
nem ricas propriedades...
Não deixarei ouro nem prata.
nem dinheiro em caixas fortes...
Tudo é vaidade sobre a terra!
Nada há que sempre dure...
Tudo, sem valor,que me seduza.
Meu testamento é minha fé.
É minha esperança.
É todo o meu amor!
Que meus filhos possam herdar de mim
todo o bem dessa fé
que foi a minha luz,
mais clara e mais querida,
dessa esperança que foi a minha força,
dessa caridade
que me fez ver Deus
em todas as pessoas,
em tudo o que existe
e Dele provém.
Caridade que é amor,
Amor que é vida!