DESCOBRINDO O AMOR

Meu neto mais velho, Igor, dezessete anos, está descobrindo o amor. E o faz da maneira mais linda que existe, através da corte fidalga à sua pretendida, escrevendo versos e suas primeiras poesias à sua amada, sem aquele machismo vulgar da juventude moderna, sem os arroubos e a afoiteza dos moços nessa faixa etária, tratando a eleita com o carinho e a delicadeza dedicadas a uma flor.

É verdade que o romântico hoje é um “animal em extinção”, mas é verdade também que as mulheres, ou pelo menos quase todas elas, adoram ser tratadas com carinho, com respeito, cavalheirismo e admiração. Atitudes gentis, como a entrega de um buquê de flores em certas ocasiões, o envio de um cartão postado nos Correios (sem essa de “e-mails”) pelo seu aniversário, o gesto de abrir a porta do carro e dar a mão à sua dama, a preocupação de andar ao seu lado, protegendo-a, nem à sua frente e nem atrás da moça, de conversar baixo e educadamente com a garota, sem o emprego das gírias e de expressões chulas, de sorrir-lhe e fitá-la dentro dos olhos, sem gargalhadas estrepitosas e debochadas muito em voga nos dias atuais, enfim, ostentando sempre um comportamento digno de um autêntico cavalheiro para com a sua dama.

Posso parecer piegas, mas a vida me mostrou que este é o caminho mais fácil para se conquistar uma mulher. É claro que há momentos em que o homem deverá agir com firmeza. Nos momentos mais íntimos, por exemplo, ele deverá ter a tal “pegada” que mesmo as mulheres atuais exigem. Mesmo assim, deverá ter o cuidado de saber separar o “homem” do “macho”, pois existe aí uma diferença. E as mulheres sabem onde está essa diferença! ...

Quero transcrever abaixo as linhas do segundo poema redigido pelo Igor, dedicado naturalmente a uma garota, sua musa inspiradora:-

“DE MÃOS DADAS COM A LUA”

Igor Menezes Gonçalves Rêgo

Pousado no parapeito de um prédio,

O beija-flor observa a cidade cinzenta,

Cheia de luz à noite, mas nem por isso

Menos deprimente.

Ele já não voa mais, dominado

Pela tristeza no local.

Nesse mar disforme de tristeza e incerteza dos homens,

O beija-flor observa a Lua alva, brilhante,

Tão linda que parecia roubar toda a beleza do lugar.

E o beija-flor ficava a admirá-la,

Enquanto os homens prosseguiam na sua tristeza.

Uma noite a Lua não veio

E o beija-flor se pôs a esperar,

Mas o tempo não passava

E ela não vinha.

O beija-flor, triste, prepara-se

Para se unir aos homens cinzentos na tristeza,

Quando um leve feixe prateado toca suas penas,

Era a Lua que voltava, parecendo sorrir, sua luz o convidando.

Então o beija-flor voa, depois de tanto tempo, em sua direção,

Deixando a cidade para trás,

Voa feliz, agora de mãos dadas com a Lua! ...

É isso aí, Igor, meu querido neto poeta! Parabéns pelo seu poema. E continue versejando, continue assim, amando, escrevendo, criando, criando, escrevendo, amando e ... sobretudo amando! Um grande beijo do seu avô.

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 28/10/10

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 28/10/2010
Reeditado em 28/10/2010
Código do texto: T2583689
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