Onde Estiveres (ao meu tio)
A barra pesada que carregaste
A tristeza contida e embriagada
O desespero dos últimos dias
A corrida contra e para o nada
A história contada em partes
Os filhos que não viu crescerem
Nem qual rumo tomaria tua vida
O homem trabalhador inerente
As desgraças que vieram no breu
Sei bem que a culpa não foi tua
Tudo aconteceu aos momentos
E nem mais o que o médico disse
faria tu tomares outra partida
Agora o que sinto é a falta
O pesar presente e irrestrito
Que me transporta até aquele dia
[o último dia que te vi]
Tu foste uma pessoa infeliz, meu tio
E a culpa não foi tua
Mas agora, distante numa outra estação
Sinto que estás bem, e em paz
Que choraste ao ver-nos em prantos
Mas quer que fiquemos bem
mesmo que nunca tua ausencia seja suprida
Sei que estás bem, e...
onde estiveres, sei que estás feliz!