Estamos sob a lua do teto
Uivando, ao léu nossas dores ...
Por um sentimento secreto
Versejando os dissabores

Lutamos pela mesma caça
Rasgando com nossos dentes
A presa fácil na desgraça
Quando deliram os dementes

Quero ter um sono tranqüilo
E som de uivos na madrugada
No entanto, eu tento segui-lo ...
Na trilha da alma inspirada!

E deparar-me com o lobo
No auge da noite sombria
Completar-me como um todo
Nas sombras da ventania !

E ao lobo faminto de ilusões
Servir um prato de versos
E acalmado nossos corações
Seguir caminhos inversos ...

Pois sou poetisa de ovelhas
Que atravessa o deserto
Falo o que vem nas telhas
Para espreitá-lo de perto !

Porque madrugada dá medo,
Medo de escuro e de espelho
E eu não guardo o segredo:
Sou Chapeuzinho Vermelho !