Mortinha por inventar ...

De mãos dadas mergulhámos os pés no asfalto como de mar se

tratasse.

Ignoramos a multidão, eram as ondas do nosso mar.

Inventamos estrelas que só existiam nos meus olhos, dizias tu!

Consegui pô-las nos teus também ...

Toques de algodão em nós, mel servido pela lua.

E eu de Prada vestida, ou talvez não, mas de branco certamente,

flutuava nas palavras de quem prometia fazer-me feliz ...

... E cumpriu !

O que não tive não ficou por querer, costumava lamentar!

Contigo nada ficou por querer. Nem o último abraço!

Já não tinhas mais nada para me dar...

Eu sim! E reservo para ti tudo de mim, muitos momentos lindos,

muitas estrelas por inventar.

Na euforia de receber esqueci-me de partilhar.

Agora não tenho como, definitivamente.

Continuo de Prada vestida, ou talvez não, mas de preto certamente...

É uma espécie de luto, fiel à minha capacidade de aguentar a rejeição.

Dizias tu:

" Agora,

definitivamente

o mundo não mais

será o mesmo ..."

Paula de Eloy
Enviado por Paula de Eloy em 25/09/2010
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