Mortinha por inventar ...
De mãos dadas mergulhámos os pés no asfalto como de mar se
tratasse.
Ignoramos a multidão, eram as ondas do nosso mar.
Inventamos estrelas que só existiam nos meus olhos, dizias tu!
Consegui pô-las nos teus também ...
Toques de algodão em nós, mel servido pela lua.
E eu de Prada vestida, ou talvez não, mas de branco certamente,
flutuava nas palavras de quem prometia fazer-me feliz ...
... E cumpriu !
O que não tive não ficou por querer, costumava lamentar!
Contigo nada ficou por querer. Nem o último abraço!
Já não tinhas mais nada para me dar...
Eu sim! E reservo para ti tudo de mim, muitos momentos lindos,
muitas estrelas por inventar.
Na euforia de receber esqueci-me de partilhar.
Agora não tenho como, definitivamente.
Continuo de Prada vestida, ou talvez não, mas de preto certamente...
É uma espécie de luto, fiel à minha capacidade de aguentar a rejeição.
Dizias tu:
" Agora,
definitivamente
o mundo não mais
será o mesmo ..."