Jade
"No dia que meu cachorro morreu o sol não brilhou;nuvens negras tomaram conta do céu e os pássaros não cantaram naquela triste manhã. Parecia que os deuses haviam pressentido a dor que emanava de meu ser, que estraçalhava a minha vida.
Acordei e vi meu anjo inerte, sem vida e sereno no meio do meu quarto. As lágrimas relutavam em sair; a tranquilidade de seu rostinho me dava a impressão de que dormia tranquilamente, que ouviria sua respiração mais uma vez, que conviveriamos por mais quatorze anos e cinco meses juntas, eternamente juntas.
Fui trabalhar e deixei toda minha luz para trás, quando o que eu mais queria era abrir os olhos e descobrir que sonhava.
Mas não era sonho; Jade se foi para sempre.
Nunca mais veria seus olhos ávidos e curiosos, nunca mais ouviria o tilintar de suas patinhas pela casa, pedindo para passear, para dormir comigo e ocupar toda a minha cama; não ouviria mais seus roncos, seus latidos, não sentiria mais seu cheiro.
Me sinto incapaz, fraca, inválida. Não fui forte o suficiente para salva-la, mante-la ao meu lado para sempre, mesmo isso não sendo possível.Tudo o que fiz foi abraça-la pela última vez, beijá-la e dizê-la que foi tudo na minha vida, que a amava, que a amaria para sempre.
Ela sabia disso,ela deveria saber...
Jade(28/05/1995 - 03/11/2009)