Agosto,contrário do que diz a tradição,não pode ser um mês tão azarado assim,pois,neste mês nasceu Jorge Amado.Dia 10,exatamente.
Leonino com todas as qualidades do signo que tem o sol como astro dominante ,Jorge iluminava qualquer ambiente por onde passasse. Jorge era luz!
Não foi por acaso que Jorge nasceu na Bahia; a Bahia mereceu Jorge,ou melhor,ambos se mereceram e se amaram profundamente.
O escritor levou essa paixão aos quatro cantos do mundo;fez sua terra conhecida,seus costumes e tradições desvendados e despertou no mundo a curiosidade sobre esta terra mística e encantadora que fez nascer homens assim.
Seus personagens são eternos.
Jorge não se considerava um escritor,mas,um contador de estórias e, é sim,um dos maiores do mundo.
Despojado, humano,afável,perambulava pelas ruas de Salvador,reconhecido e aclamado por todas as classes sociais.Suas camisas estampadas e de forte colorido chamavam atenção.
Homem de hábitos simples,eu o encontrava sempre na Perini Master,sentado no banco da sua praça que o amigo Pepe inaugurou dentro do espaço da loja,enquanto Zélia,azafamada,percorria as gôndolas em busca de temperos especiais para o seu amor.
A primeira vez que o vi e lhe fui apresentada foi na casa de um amigo comum, o pintor Mirabeau Sampaio.Entre as centenas de santos barrocos e telas de pintores famosos como Aldemir Martins e painéis de Carybé,trocamos algumas palavras.
Mas,Mirabeau,amigo irmão, me contava vários causos sobre ele.Formavam um trio maravilhoso: Jorge,Mirabeau, Carybé,o argentino mais baiano do mundo.
Trocavam chistes, roubavam santos e sapos uns dos outros,falavam sacanagens,irreverentes todos eles,línguas despudoradas.Relembravam fatos da juventude,causos de colégio,o Vieira para Mirabeau e Jorge,o cassino Tabaris e os puteiros.Causos de mulheres da vida cheias de calor humano e caridade cristâ que faltam a muitas beatas,como aquela madame dona de castelo na Ladeira da Montanha que, ao saber da morte de Norma,bem – amada esposa de Mirabeau,presenteou-lhe com uma magnífica coleção de tangos argentinos,para consolar a dor da perda.Tangos que eu ouvi nos fins de tarde enquanto tomava um café e bebia sabedoria baiana dos lábios do meu amigo.
Jorge completaria 98 anos .
Como os escritores não morrem,ficam encantados,ele e Zélia devem ter comemorado o evento sentados naquele banco da casa do Rio Vermelho,ao lado dos grandes amigos,Mirabeau, Carybé e Caymmi.
Enquanto a cidade os reverencia,com os dobres dos atabaques,com a cadencia do samba,com os trejeitos das morenas sestrosas,com as talagadas de cachaça servidas no Pelourinho,onde novos Quincas passeiam e pastoreiam a noite,e no cais onde outros Mestre Manoel e o que resta dos saveiros preparam uma moqueca de peixe bem apimentada, pelas ruas e ladeiras da Bahia –pois com certeza sairiam para bebemorar – prostitutas,mestres de saveiros,capitães de areia,gigolôs,travestis,obás,filhas de santo,lhes pedirão a benção.
Leonino com todas as qualidades do signo que tem o sol como astro dominante ,Jorge iluminava qualquer ambiente por onde passasse. Jorge era luz!
Não foi por acaso que Jorge nasceu na Bahia; a Bahia mereceu Jorge,ou melhor,ambos se mereceram e se amaram profundamente.
O escritor levou essa paixão aos quatro cantos do mundo;fez sua terra conhecida,seus costumes e tradições desvendados e despertou no mundo a curiosidade sobre esta terra mística e encantadora que fez nascer homens assim.
Seus personagens são eternos.
Jorge não se considerava um escritor,mas,um contador de estórias e, é sim,um dos maiores do mundo.
Despojado, humano,afável,perambulava pelas ruas de Salvador,reconhecido e aclamado por todas as classes sociais.Suas camisas estampadas e de forte colorido chamavam atenção.
Homem de hábitos simples,eu o encontrava sempre na Perini Master,sentado no banco da sua praça que o amigo Pepe inaugurou dentro do espaço da loja,enquanto Zélia,azafamada,percorria as gôndolas em busca de temperos especiais para o seu amor.
A primeira vez que o vi e lhe fui apresentada foi na casa de um amigo comum, o pintor Mirabeau Sampaio.Entre as centenas de santos barrocos e telas de pintores famosos como Aldemir Martins e painéis de Carybé,trocamos algumas palavras.
Mas,Mirabeau,amigo irmão, me contava vários causos sobre ele.Formavam um trio maravilhoso: Jorge,Mirabeau, Carybé,o argentino mais baiano do mundo.
Trocavam chistes, roubavam santos e sapos uns dos outros,falavam sacanagens,irreverentes todos eles,línguas despudoradas.Relembravam fatos da juventude,causos de colégio,o Vieira para Mirabeau e Jorge,o cassino Tabaris e os puteiros.Causos de mulheres da vida cheias de calor humano e caridade cristâ que faltam a muitas beatas,como aquela madame dona de castelo na Ladeira da Montanha que, ao saber da morte de Norma,bem – amada esposa de Mirabeau,presenteou-lhe com uma magnífica coleção de tangos argentinos,para consolar a dor da perda.Tangos que eu ouvi nos fins de tarde enquanto tomava um café e bebia sabedoria baiana dos lábios do meu amigo.
Jorge completaria 98 anos .
Como os escritores não morrem,ficam encantados,ele e Zélia devem ter comemorado o evento sentados naquele banco da casa do Rio Vermelho,ao lado dos grandes amigos,Mirabeau, Carybé e Caymmi.
Enquanto a cidade os reverencia,com os dobres dos atabaques,com a cadencia do samba,com os trejeitos das morenas sestrosas,com as talagadas de cachaça servidas no Pelourinho,onde novos Quincas passeiam e pastoreiam a noite,e no cais onde outros Mestre Manoel e o que resta dos saveiros preparam uma moqueca de peixe bem apimentada, pelas ruas e ladeiras da Bahia –pois com certeza sairiam para bebemorar – prostitutas,mestres de saveiros,capitães de areia,gigolôs,travestis,obás,filhas de santo,lhes pedirão a benção.