Eterno António Feio

porque voaste tão cedo?
terás ido alegrar as estrelas?!
percebo um miúdo traquinas,
de sorriso pregado no rosto
dizendo a rir coisas muito sérias
críticas perspicazes daquelas que
a indecência dos hipócritas exige omitir
mas tu sempre corajoso
dizias alto e bom som
quanto rolava nos palcos da vida
do palco mais alto da Arte.
entravas pela moldura mágica
e eu assistia assentindo.
eras portanto um amigo
irreverente e espantoso.
aplaudo-te de pé
por tanto que foste e és
na minha alma
permaneces em cena
mesmo além da vida.

Homenagem ao actor António Feio, 1954-2010