O Unicórnio ( Tributo a Cecilia Meireles - Poema de Leonoretta )
O UNICORNE BEIJA A ROSA,
CANTA A FÊNIX DO ALTO MURO...
SALAMANDRAS E QUIMERAS
VEM SABER O QUE PROCURO.
DO TEU NOME NÃO SABIA,
MAS BUSCAVA TUA FACE.
AMOR É ARTE.
MAS A VIDA É TÃO PEQUENA
E BELA SOBRE TODA FLOR.
PELA CELESTE AMPULHETA
FLUI-ME A VIDA EM CINZA BREVE
ONDE O TEMPO É A ETERNIDADE,
E O ENLEVO QUASE SEMPRE TÃO RARO
E ENTRE PÓLOS INVIOLADOS,
ENTRE EQUÍVOCOS MOMENTOS,
VEM E VOLTA A VIDA HUMANA,
QUE SE ENGANA E DESENGANA
EM REDOR DO PARAÍSO
PELA CELESTE AMPULHETA
CAI A CINZA DOS MEUS DIAS.
CAI A CINZA DO MEU CORPO, DA MINHA ALMA
E O TEMPO É UM LÍMPIDO SOPRO
QUE LIBERTA DE ALEGRIAS E DE QUEIXAS...
BRANCA SOBRE TODA FLOR
O LICORNE BEIJA A ROSA
PELA CELESTE AMPULHETA,
VAI – SE A LUZ DA PRIMAVERA
PURO SONHO, A MINHA MORTE,
CAI A CINZA DOS MEUS DIAS
PURA MORTE, O MEU AMOR.
O TEMPO É UM LÍMPIDO SOPRO
QUE HABITA A MINHA ALMA
TUDO O QUE SOU TE ESPERA E TE DEIXAS...