Aprendiz

Ao sol que invade fingido,

este fim de tarde,

neste poema;

que ultrapassa os limites do saber,

ou até mesmo.

Quando eu não puder mais escrever...

Desenharei em negrito

o pesadelo dos fracos;

e nos riscos desta escrita,

num guardanapo

ou no melhor papel

que eu puder representar...

a noite triste,

o azul do inverno;

inferno; infinito céu;

um grito.

A linha tênue e suave,

o alvo incerto.

Empunha,

o arco e a flecha entre os dedos,

feito poeta, escreve;

como atirador,mira

no coração, pra matar;

mas não atira.

Acerta em cheio, a alma,

com palavras secas.

Ao opositor despreza

bastardamente;

sangra, mas não sente.

Pra não desistir,

é dor, é fome, e insiste.

Até o verão chegar

e queimar a sua pele;

e no mar,

se lavar com sal.

Porque outros invernos virão

e no meio deles,

as letrinhas bonitas

do teu nome;

estas permanecerão,

como uma estação eterna,

em meu olhar.

Saberás de mim:

-Poeta. Aprendiz;

de tudo que vi,

que ouvi e que fui.

Beatriz.

(Edcunha)

Edmilson Cunha
Enviado por Edmilson Cunha em 15/07/2010
Reeditado em 13/04/2013
Código do texto: T2379564
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