JOAQUIM MONCKS, O HOMEM

José Paulo Nobre (*)

Joaquim Moncks nasceu

quando o sol vestiu de ouro

uma dobra encantada de sesmaria.

Fez-se poeta entre lanças,

e arremeteu direto,

brandindo o seu verso-luz

contra o duro ventre das opressões.

Deu voz a bocas silenciadas

pela mordaça;

clamou por verdades

que só conheceu libertas;

esbravejou contra tardios perdões

e inundou de seu choro seco

porões afogados em lágrimas...

Foi soldado por profissão,

e livre,

por honra e graça de ser livre,

porque a esses,

nem voz de prisão consegue ceifar o gesto,

sequer estancar o grito...

Joaquim Moncks é Poeta

porque a alma assim o quer,

porque o estro assim o faz,

porque a paixão assim o exige

e porque dele assim precisamos!

– De JOAQUIM MONCKS & SEUS AMIGOS – Encontro de Escritores, coletânea poética. São Luiz Gonzaga: Borck, Série Amigos, 2001, p. 35.

(*) Radialista, cronista e poeta, nascido em 27/09/1958, na cidade de Jaguarão/RS. Publicou: “UM MILAGRE CHAMADO POESIA”, 1997, e “O ANJO DISFARÇADO”, 2006, ambos em Poesia. Pertenceu aos quadros da Casa do Poeta Rio-Grandense, em Porto Alegre. Ocupou (2007/2016) a cadeira nº 38 da Academia Rio-Grandina de Letras, sediada em Rio Grande/RS. Nesta cidade residiu durante muitos anos e nela deu seu último suspiro, em 30/07/2016.

– Do livro QUINTAIS DO MISTÉRIO, 2011. Poema de abertura da obra.

http://recantodasletras.com.br/homenagens/2299592