Dia das mães
Hoje é dia das mães. Não importa se o dia foi criado com apelos comerciais ou coisa que o valha. O importante é que se dedica um dia para homenagear as mães, embora possam dizer que todos os dias são dias das mães. É lógico, que cada um tem oportunidade de escolher o dia do aniversário para as grandes homenagens. Sendo assim, escrevo este texto para homenagear as mães que compõem a grande família “recantista”, sejam elas autoras, mães, filhas ou irmãs dos autores, pois, a família recantista é muito grande e unida. A família é solidária até com o sofrimento de “mentirinha”,que muitas vezes compõe um texto. Quando leio alguns comentários sobre textos publicados, percebo o carinho e a amizade que eles encerram. Não me lembro de ter lido qualquer comentário deselegante de qualquer dos autores comentadores. Todos têm carinho, mesmo com aqueles de quem desconhecem o “perfil”. Isto me dá a certeza de que a família é unida e solidária. Todavia, o texto de hoje pertence às mães, onde incluo aquelas que neste dia são uma grande saudade. Um grande abraço a todas elas no dia de hoje, com a transcrição de um soneto de Hermes Fontes poeta nascido em 1888 e falecido em 1930, cujo trabalho foi prefaciado por Manuel Bandeira, o grande poeta brasileiro.
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Mãe
(Hermes Fontes – 1888-1930))
Para dizer quem foi a minha mãe, não acho
uma palavra própria, um pensamento bom.
Diógenes - busco-o em vão: falta-me a luz de um facho,
- se acho som, falta a luz; se acho a luz, falta o som!
Teu nome - ó minha mãe - tem o sabor de um cacho
de uvas diáfanas, cor de ouro e pérola, com
polpa de beijos de anjo. . . Ouvi-lo é ouvir um riacho
merencório, a rezar, no seu eterno tom...
Minha mãe! minha mãe! eu não fui qual devera!
Morreste e não bebi em teus lábios de cera
a doçura que as mães, inda mortas, contem...
Ao pé de nossas mães - todos nós somos crentes...
Um filho que tem mãe - tem todos os parentes...
- E eu não tenho por mim, ó minha mãe, ninguém!