DOCE MARIA

Minha mãe (Prof.ª Maria Antonieta)
de Jorge Paulo

eu vou dizer que me ufano
falando de mamãe querida
saudosa a quem tanto amo
e quem gerou minha vida

com seu nobre sorriso
olhar de pureza imensa
fada de um paraíso
de uma ternura intensa

na angelical mocidade
famoso artista queria
nos albores de sua idade
insculpi-la a virgem Maria

extasiado com sua beleza
seus traços de perfeição
descendente da realeza
dos nobres de uma nação

com seus papais na fazenda
juntinho de suas sorelas (irmãs em italiano)
seu vestidinho de renda
vivendo felizes quimeras

no magistério diplomada
ensinou a ler tanta gente
mestra ela foi consagrada
por todo corpo docente

lembro-me quando criança
esperava o trem chegar
era grande a festança
gostosa de recordar

vinha de longe apitando
apertando o meu coração
mamãe estava chegando
que alegria, muita emoção.

depois do abraço apertado
beijava feliz sua mão
no seu jeitinho educado
eu pedia a sua benção

até hoje sinto o sabor
das maças que ela trazia
ofertadas com tanto amor
com suas mãos de magia

encolhidinho na cama
aguardava o seu beijinho
fingindo de nanã nanã
do seu mais terno carinho

levantava-me risonho
com paz e muito sossego
que linda noite de sonho
que lindo seu doce aconchego