Murchas Rosas
De noite, alta noite, quando eu já dormia
Sonhando esses sonhos dos anjos dos céus,
Quem é que meus lábios dormentes roçava,
Qual anjo da guarda, qual sopro de Deus?
— Minha Mãe! —
Casimiro de Abreu.
Ó minha mãe!
Álvares de Azevedo.
Ó mães dos Poetas! sorrindo em seu quarto,
Que são virgens antes e depois do parto!
Antônio Nobre.
Vive do mel — a que se chama — crenças —,
Vive do aroma — que se diz — amor. —
Castro Alves.
Qual é o anjo que na Terra encanta
Pelos fulgores de seus hinos belos,
Tendo em seu colo de madona Santa,
Pobre criança a lhe cobrir de anelos?
Que traz o sol a refletir nos olhos
Qual doce abraço de suave brisa;
E antes mesmo de seus auto escolhos,
Oferta ao filho, mesmo o que precisa!
E, antes da Terra, pelo céu augusto,
Rezava juras nos jardins de luz.
Dizia: - Ó Pai, eu guiarei Teus filhos
Na Tua senda à imagem de Jesus.
- Te peço forças nessa vida nova,
Que se desfralda na pequena ilha.
E antes mesmo da sublime prova,
Qu´eu não me esqueça de também ser filha!
E assim seguia, corajosa e firme,
À nova pátria de sublimações.
A infundir em seu seio materno,
As almas pobres rumo às redenções.
….............
Há sempre vida! Aonde quer que estejas,
Terás p´ra sempre a eterna gratidão.
- Receba as flores! Mãe, não são estrelas,
São murchas Rosas do meu coração!