Saudade, mãe!
Minha Mãe...
Em amor me concebeu,
Em amor me protegeu e me formou.
Em amor maravilhou-se quando eu nasci,
E não achou nenhum defeito: ficou satisfeita,
Para ela, eu era perfeita.
Na vida me orientou,
Me conduziu pela mão.
Sensível às boas músicas,
Quis meu caminho amenizar
No conservatório me matriculou
E, em eventos, violino e piano me viu tocar.
Me deu exemplos e me ensinou muita lição;
Exemplos, alías, que sempre me falaram
Ao coração.
Sinceridade, respeito, honestidade e persistência,
Foram alguns dos valores que me ensinou,
Mesmo sem diplomas, pois escola não frequentou.
Muita coisa aconteceu; fui orgulho para ela.
Na escola, nas notas, nos comentários dos mestres.
Depois, quando recebi elogios e diplomas,
Ela sempre me acompanhou, orgulhosa e confiante,
Ciente dos horizontes que eu viria a conquistar
Mais adiante.
Os netos foram sua alegria,
Tudo que fazia era pensando neles.
Todas as datas significativas tinham que ser em sua casa.
E, quando chegávamos tudo já estava preparado:
Uma comida, uma surpresa ou um agrado qualquer.
Tempos marcantes que ela conduzia com maestria,
Do raiar do dia à noite alta, trabalhando com destemor,
Mas no labor ou no repousar, sua presença irradiava
Sempre o amor.
A cozinha era só dela,
Suas receitas mineiras tinham sabores inigualáveis
que ninguém fazia igual,
Muitas aprendi e também guardei como recordação
sua caderneta com anotações preciosas, que avivam os
odores dos tempos suaves ao coração.
No Natal fazia questão de casa cheia,
Mesa farta com todos da família, amigos, vizinhos e
quem mais chegasse, eram todos bem-vindos...uma festa!
A mesa muito bem decorada por minha irmã
e não faltava alguém fantasiado de Noel.
Minhas plantas nunca mais foram as mesmas,
sem o seu toque, sua poda, seu jeito de afofar a terra.
E quantas flores nos vasos das "flores de maio"...incontáveis...multicores.
Sinto sua falta mãe...
Pois a vida se torna cruel sem você,
Sem seu amor incondicional,
Sem sua palavra de estímulo,
Sem sua satisfação em conhecer as novidades,
Sem seu carinho maternal.
Que falta eu sinto de...
sua companhia, seu jeito simples, seu sorriso franco,
seu amor acanhado, sua palavra firme e sua intuição
certeira quando eu estava precisando de colo...
E, ainda estou...
Saudade, mãe!