LEMBRANÇAS DE MAMÃE

Lembro-me tanto de te

Oh! Minha mamãe querida,

E daquela barulhenta e antiga,

A velha e bela máquina de costura.

Tu sofrias tanto,

Era tão difícil a vida,

Eu também sofri contigo,

Era um sofrer sem amarguras.

Tu trabalhavas tanto,

Dia e noite quase sem parar,

Para ganhar o pão do nosso sustento,

Cumprindo sempre tantos compromissos.

Tanto tempo na mesma labuta,

E a tua voz alegre sempre a cantarolar,

Eu nunca ouvi de te sequer um lamento,

Apesar de tantas dificuldades e tantos serviços.

Eu não me esqueço das lágrimas

Que derramaste, por não poder pagar,

Mensalidades já vencidas na minha escola,

Por ter pagado a conta, do aluguel e do armazém.

Lutavas sempre com muito esforço,

Com tanto empenho e quase sem parar,

Quando não dava eu sabia que não era enrola,

Foste sempre muito honesta, nunca logrou ninguém.

Lembro-me também dos teus esforços,

Para nos dar sapatos e uma roupa bem novinha,

Às vezes já tinha o pano, faltava o tempo para costurar,

Muitas vezes costurava à noite, bem à luz das lamparinas

No café no almoço e no jantar, todos se reuniam,

No aconchego e naquele calor daquela velha conzinha,

Bem à beira das panelas sobre o velho fogão enfumaçando o ar,

Tu repartias o pão de cada dia, era eu, tu mamãe, papai e as meninas.

Hoje eu cresci mamãe,

E sei que não sou um rico,

Más, sou feliz ao ver te com tanto alento.

Hoje tu sorris mamãe,

Sorrindo também eu fico,

Ao lembrar de todo aquele tempo.