Mãe, Simples Assim!

Mãe é um estado físico, de espírito, de direito, de graça.

Mãe lembra carinho, dengo, xodó, chineladas, puxões de orelha...

Noites insones, dias corridos, historinhas para dormir, canções de ninar,

Birra para comer, a colher aviãozinho adentra a boca, magicamente.

Na hora do medo, o colo certo ou não,

Distâncias curtas são verdadeiros continentes de saudades;

Algumas vezes gritos para alertar contra o mal que ronda, sonda a cria;

Choros, remorsos, angústias, abraços estreitos, beijinhos para acalmar.

Mãe, mulher de plantões, seja ao lado do berço exalando ternura,

Seja na porta da faculdade aguardando o rebento que faz vestibular.

Seja na porta do presídio para visitar o filho que se desgarrou,

Seja na calçada aguardando a balada terminar para conduzi-los seguramente.

Mães cujos destinos incertos após tanto zelo,

Lotam os abrigos e asilos a espera daqueles que as esqueceram,

Não entenderam suas artrites, suas lentidões, suas respirações difíceis nas noites frias,

Não aceitaram suas incontinências, seus murmúrios, suas ausências (memórias).

O sorriso tem que estar mais presente, ainda que os dentes já lhe faltem;

As lágrimas, só se forem para lubrificar os olhos, não de tristeza, nem abandono;

A doçura dos afagos não ataca o diabetes, antes aquecem e reanimam corpo, mente e alma.

Um dia é pouco. Mãe é para sempre, constante e eterna!