Dia das Mães

Prólogo:

Todos os dias, às dezoito horas, considerada a hora do anjo, lembro-me de minha mamãe Júlia! Quando encarnada ela dizia: "Lembre-se de mim pelo menos nessa hora!". Nessa ocasião ela rezava pela saúde, paz e prosperidade de seus filhos (meus irmãos: Williams, Wellington, Maria das Neves (Nevinha) e eu).

Não! Não tenho mais minha mamãe neste plano material. Aliás, minha mamãe Júlia há muito me espera em um plano superior para continuar fazendo cafuné em meus irmãos e em mim, como sempre fazia mesmo quando eu já estava casado. Com a voz baixa, suave e embargada de receio e/ou emoção ela dizia:

“... Deixe de se envolver com as mulheres casadas. Elas têm cheiro de defunto. Marido ciumento é um perigo!”. Meu papai Muniz não se envolvia. Apenas escutava e aplaudia. Assim era minha mamãe Júlia: Zelosa, matriarcal e preocupada ao extremo com minhas sandices.

Sinto saudades da mamãe Júlia. Hoje, em reverência a sua magnânima proteção e zelo familiar quero escrever algo em sua memória e sobre tão decantada data. A verdade é uma só: Neste mês de maio, muito bem aproveitado pelos comerciantes, existe pouca ou nenhuma real afetividade para as homenageadas mães.

O Dia das Mães também designado de Dia da Mãe teve a sua origem no princípio do século XX, quando uma jovem norte-americana, Anna Jarvis, perdeu sua mãe e entrou em completa depressão.

Preocupadas com aquele sofrimento, algumas amigas tiveram a ideia de perpetuar a memória da mãe de Annie com uma festa. Annie quis que a homenagem fosse estendida a todas as mães, vivas ou mortas.

Em pouco tempo, a comemoração e consequentemente o Dia das Mães se alastrou por todos os Estados Unidos e, em 1914, sua data foi oficializada pelo presidente Woodrow Wilson: dia 9 de Maio.

Dados Históricos: A mais antiga comemoração dos dias das mães é mitológica. Na Grécia antiga, a entrada da primavera era festejada em honra de Rhea, a Mãe dos Deuses.

O próximo registro está no início do século XVII, quando a Inglaterra começou a dedicar o quarto domingo da Quaresma às mães das operárias inglesas.

Nesse dia, as trabalhadoras tinham folga para ficar em casa com as mães. Era chamado de "Mothering Day", fato que deu origem ao "mothering cake", um bolo para as mães que tornaria o dia ainda mais festivo.

Nos Estados Unidos, as primeiras sugestões em prol da criação de uma data para a celebração das mães foi dada em 1872 pela escritora Júlia Ward Howe, autora de O Hino de Batalha da República.

No Brasil, o primeiro Dia das Mães brasileiro foi promovido pela Associação Cristã de Moços de Porto Alegre, no dia 12 de maio de 1918. Em 1932, o então presidente Getúlio Vargas oficializou a data no segundo domingo de maio. Em 1947, Dom Jaime de Barros Câmara, Cardeal-Arcebispo do Rio de Janeiro, determinou que essa data fizesse parte também no calendário oficial da Igreja Católica.

Em Portugal, o Dia das Mães é celebrado no primeiro domingo de Maio.

Em Israel o dia da mãe deixou de ser celebrado, passando a existir o dia da família em Fevereiro.

Após essas considerações quero abreviar meu texto dizendo: Mãe é a essência de nossa existência! É a flor que faz germinar outras flores e lírios na representação dos seus rebentos. Sabemos que o comércio estabelece datas festivas de acordo com seus interesses comerciais.

Se as famílias se reunissem diariamente em torno de uma mesa, para fazer refeição; se os filhos prestassem atenção aos ensinamentos dos seus pais (pai e mãe); se houvesse o respeito dos mais jovens às limitações que a idade impõe aos mais velhos; se a experiência de vida fosse o cajado norteador dos irreverentes adolescentes; se toda a sociedade se conscientizasse para sentir o amor que é capaz de transmitir uma mãe a um seu filho, por mais irresponsável, rebelde, doente, deficiente físico ou mental, doido, bandido que ele seja...

Teríamos ai uma homenagem simples e perfeita para quem nos deu o brilho da luz dos seus olhos, o conforto do calor de seu corpo, o alimento por meio de seu seio, a ternura e carinho de sua paz, a quietude de sua excelsa e profícua existência, a complacência de sua beatitude, a proteção por meio de seu manto sagrado na representação de suas noites maldormidas e dos seus incompreendidos e NÃO SEGUIDOS EXCELENTES CONSELHOS.