Vermelho não é a minha cor.
Ela decora a casa em vermelho, laranja e branco; até os descansos dos pratos - partes do jogo americano - são rubros.
Ela pinta unhas e cabelos com tons corais e as peças de roupa em seu armário confundiriam um incêndio. E ela planeja a vida em escalas de vermelho: as bem cuidadas fardas do trabalho, o desejo carmim dos lencóis, o namoro, os rosados desnamoros...
Ela esquenta minha alma e outras almas; ela chora sangue e ama vermelhamente, como só gente de verdade consegue fazer.
Eu guardo a inveja e aplaudo, pois vermelha é a minha dor.
Para minha prima-irmã Sandra Mara Lima Girão, que me comove, alegra e ensina.