Amigo Sombra
Há aquele amigo que abraça para te aquecer
Há aquele que abraça para ser aquecido
Ao meu amigo “Sombra”, digo:
Até quando irás perseguir apenas minha sombra?
Escondendo-se, agasalhando-se próximo de mim?
Sem ao menos dizer aonde queres ir?
Tenho medo, amigo, da tua Sombra!
Escura demais para ficar a meu lado
Não é ruim a tua presença
Ruim são os riscos nefastos
Cheios de astúcia forasteira
Pegas-me aqui, derrubas-me ali
Pinguei a dor, a inveja, e tu! nada sofreste
Encostas-me ombro a ombro com sarcasmo
Rimar não me custa o mar
Roubar? não me custa nevar
Na tua Sombra, peregrinando onde não devia
Escavando onde não se escala
Alegrando-se impiedosamente
Pelo heroísmo que me roubaste