SÃO VICENTE FERRER "O ANJO DO APOCALÍPSE"

Ele foi escolhido pelo maior Espírito Divino,

Para semear bíblicos ensinamentos, sabedoria.

Vizinho de um convento o pródigo menino,

Veio ao mundo orar e mostrar a fé com energia.

Ordenado sacerdote por seus merecimentos,

Continuou a sua jornada orando em praças,

Convertendo milhares de pessoas ao catolicismo,

Até mesmo quem não queria, caiu em suas graças.

Santo homem religioso, bondoso e forte,

Escapou em seu leito da própria morte,

Não por sorte, mas sim por sua devoção,

Com a sina de operar milagres na região.

Homem santo, um fervoroso pai da religião,

Poderoso e seguido por seus fiéis de coração,

Certo dia profetizou a sua própria canonização,

Em sua glória merecida, tem a nossa gratidão.

Eduardo Eugênio Batista.

Quem é ele?

”Recebeu, durante uma visão, a ordem de Nosso Senhor para pregar pelo mundo inteiro a verdadeira Fé, sendo favorecido largamente com o dom dos milagres. Seus inflamados sermões atraíam multidões, obtendo a graça de incontáveis conversões, inclusive de judeus e maometanos”

São Vicente Ferrer nasceu em 1350, em Valência, cidadela do catolicismo em uma Espanha que se encontrava ainda em guerra contra o maometano invasor. Sua casa natal não era distante do Real Convento da Ordem dos Pregadores. Este fato favoreceu a decisão do jovem Vicente de vestir o hábito dos dominicanos.

A partir de sua profissão religiosa, em 1368, até ser ordenado sacerdote, em 1374, alternou o estudo e o ensino da filosofia com a aprendizagem da teologia em Lérida, Barcelona e Tolosa. Com perfeito conhecimento da exegese bíblica e da língua hebraica, regressou a Valência, onde ensinou teologia, escreveu, pregou e aconselhou.

Anos mais tarde, em Avignon (França), caiu gravemente doente a ponto de quase falecer. Foi quando teve a visão de Nosso Senhor Jesus Cristo, acompanhado de São Domingos e São Francisco, conferindo-lhe a missão de pregar pelo mundo. E, repentinamente, recuperou a saúde. A 22 de novembro de 1399, deixou aquela cidade francesa para levar ao Ocidente a Palavra de Deus. E, em meio à grande crise espiritual na qual estava imersa a sociedade daquela época, passou a derramar tesouros de sabedoria.

Com efeito, a França encontrava-se assolada pela Guerra dos cem anos; na Itália havia os conflitos entre guelfos e gibelinos; as regiões espanholas de Castela e Aragão estavam mergulhadas na anarquia; e fora das fronteiras da cristandade havia o perigo maometano. Nessas condições, percorreu inúmeras aldeias e cidades dos citados países, chegando até a Suíça. Sua oratória, brilhante e cheia de fogo, mantinha, entretanto a lógica imperturbável das argumentações escolásticas. Mas a atração que as pessoas sentiam por suas palavras era devida principalmente a dois fatores: a percepção da presença de Deus nele e o enlevo, cheio de consolações, ocasionado pela graça divina. Sua voz as inimizades

públicas cessavam, os pecadores sentiam-se movidos ao arrependimento e as pessoas sedentas de perfeição seguiam-no. O auditório das suas pregações era sempre de multidões, às vezes mais de 15.000 pessoas, portanto ao ar livre. Contemporâneos do Santo relatam que, falando na sua própria língua, era entendido mesmo pelos que não a conheciam.

O próprio Santo profetiza sua canonização

Com o correr dos anos, sentindo o peso da idade, o cansaço e os males físicos muitas vezes o obrigavam a caminhar amparado por outras pessoas. Porém, quando começava a pregar tudo desaparecia. Seu rosto se transfigurava como se a pele retomasse o frescor da juventude, seus olhos brilhavam, a voz era clara e sonora. O tom de convicção, que transparecia em suas palavras, deixava atônitos os ouvintes. Por isso, não causa admiração que, por efeito da graça, os frutos dos sermões fossem tão copiosos, de maneira que eram sempre necessários muitos sacerdotes para ouvir as confissões.

São Vicente Ferrer fez laboriosos esforços para obter a conclusão do Cisma do Ocidente, pesando para isso sua extensa influência na Cristandade. Apesar de tantas viagens, fadigas e penitências, sua missão apostólica continuava ainda em 1419. Quando se encontrava na Bretanha (França), percebeu que sua vida estava chegando ao fim, por causa de uma chaga que lhe envenenara a perna. Como desejavam que morresse em sua terra natal que tanto amava, colocaram-no em um navio à toda pressa, o qual navegou toda a noite. Enquanto isto, nas ruas as senhoras gritavam: "Já não temos mais o santo". Mas, pela manhã, inexplicavelmente, o navio ainda se encontrava no porto. Sinal evidente que Deus queria que morresse na Bretanha. Depois de dez dias de agonia, assistido pelos amigos, pelos irmãos dominicanos e pelas damas da corte da Duquesa da Bretanha, entregou sua bela e combativa alma a Deus, com 69 anos de idade e várias décadas de luta no cumprimento de sua missão. Era o dia 5 de abril de 1419.

O processo de canonização começou no dia seguinte à sua morte e Roma reconheceu como fidedignos 873 milagres. Foi elevado à honra dos altares em 1455 pelo Papa Calisto III, o qual recebera, muito antes de ocupar a Sé de Pedro, uma profecia do Santo. Com efeito, durante uma das pregações que este último fez em Valência, entre a multidão dos que se aproximavam de São Vicente Ferrer para se encomendar às suas orações, prestou atenção em um sacerdote, que lhe pedia também a caridade de uma prece, ao qual o grande taumaturgo dirigiu as seguintes palavras: "Eu te felicito, meu filho. Tendes presente que és chamado a ser um dia a glória de tua pátria e de tua família, pois serás revestido da mais alta dignidade a que pode chegar um homem mortal. E eu mesmo serei, após minha morte, objeto de tua particular veneração".

Em outra oportunidade, São Vicente Ferrer cumprimentou um jovem franciscano, a quem disse: "Oh! Vós estareis nos altares antes do que eu". Tratava-se do futuro São Bernardino de Siena, canonizado em 1450. Queira o Anjo do Apocalipse, como costumava se auto-intitular São Vicente Ferrer, operar novos e mais portentosos milagres para nossa época, incomparavelmente mais corrompida e endurecida que a dele pelos pecados dos indivíduos, das sociedades e de seus governantes.

Setedados
Enviado por Setedados em 01/04/2010
Reeditado em 03/02/2011
Código do texto: T2171314
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