RESIGNAÇÃO

Homenagem ao meu paizinho, que floresce em outros jardins, com certeza tornando-os mais coloridos e mais perfumados. Hoje, 30 de março, somam-se dez anos que o meu jardim privou-se da mais bela flor, mas que mantém plantada a raiz e que será perene.

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Nasci um dia, cresci e envelheço a cada instante,

Momentos, passado, não mais futuro ou presente,

Lembrança viva, no peito explode ainda vibrante,

Ostenta o tempo um coração ainda dormente.

Meu grande pai na sua presença “ausente”

Não se desfez o elo do abraço terno,

Apenas saudade amena o peito sente,

Não se perdeu a ternura, o afago é eterno

Não mais desfrutarei da sua doce presença,

Deixou-me nos genes, características, legado,

Desde físicas, até da sensatez e pura crença,

Da vida aqui nada se leva para o outro lado.

Conduziu-me pela mão e pela sabedoria,

Da criança à menina, até a mulher forte,

Tê-lo tido e amado-o tanto, minha infinita alegria,

Carrego com orgulho a minha grande sorte,

Ensinou-me com simplicidade a discernir,

Entre os desígnios de Deus e os meus desejos,

Resignar-me quando a hora é hora de partir,

O não negado de encher-lhe a face dos muitos beijos.

Quantas vezes eu disse “Eu te amo”, não disse tanto,

Talvez por insensatez, ou escondeu-se a emoção,

Talvez poucas diante de tanto amor, que não sei quanto,

Julgando óbvio o que se sabia, num deslize da razão.

Celêdian Assis
Enviado por Celêdian Assis em 30/03/2010
Código do texto: T2168445
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