RÉQUIEM PARA MEIREVALDO
Sérgio Martins Pandolfo*
As parcas nos têm sido impiedosas, nesses últimos tempos, ceifando a vida de queridos amigos, pessoas de bem e do bem e que tanto fizeram, e certamente muito ainda teriam por fazer, em nossa terra. A última delas foi o Professor Meirevaldo Jonair de Paiva, ou simplesmente Meirevaldo, como fraternamente o tratávamos.
Fomos colegas no curso ginasial, que concluímos juntos. Depois, cada um seguiu o rumo escolhido: nós a Medicina, em que até hoje o Supremo Ser nos tem dado o privilégio de seguir atuando; ele dirigiu-se para o magistério, mais propriamente para o ensino da Língua Portuguesa, esta herança preciosa que os avoengos lusos nos deixaram e que a nós ambos sempre seduziu.
Voltamos a nos encontrar em 1977, aquando da submissão aos concursos de Livre Docência na UFPA, agora já com as carreiras definidas: nós em Técnica Cirúrgica, ele em Língua e Literatura Portuguesa. Ambos aprovados plenamente e com louvor recebemos juntos o capelo do doutoramento das mãos do reitor Clóvis Malcher.
Anos dobados havíamos concluído, após árdua e aprofundada pesquisa, a feitura de nosso terceiro livro: “Português em Números”, um trabalho ensaístico sobre o idioma camoniano e tencionávamos editá-lo, faltando para tal apenas o Prefácio. Quem melhor para fazê-lo? Este o fio condutor que nos levou novamente à presença do amigo, não sem um quê de receio, afinal, um aprendiz ia estar diante do Mestre. Após breve telefonema levamos o “boneco” de nossa obra para sua análise, consideração e – quem sabe? – aceite. No dia seguinte ligou-nos: Pandolfo, teu livro está muito bom e terei imenso prazer em prefaciá-lo, o que fez em poucos dias e ainda nos dando algumas “dicas” – não fora ele, uma vez mais, o Mestre – para enriquecê-lo.
Agora vimos nos jornais a infausta notícia de sua prematura morte. Quanta falta fará a esta carente terra. Quanto tinha ainda a acrescentar e tentar mudar para melhor na sempre esquecida área da educação – que ele dominava como ninguém! – em nossa parauara terra.
Que pena! Que perda! Requiescat in pace, amigo.
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(*) Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES
serpam@amazon.com.br - sergio.serpan@gmail.com
www.sergiopandolfo.com
Obs. O Texto, publicado originalmente no Jornal O Liberal (Belém) de 30/03/2010, foi "apresentado e aprovado por unanimidade, em Sessão Plenária neste Parlamento" (Câmara Municipal de Belém) em 11/05/2010, para "que seja transcrito nos anais desta Casa Legislativa" a requerimento do vereador Nadir Neves (PTB)
Sérgio Martins Pandolfo*
As parcas nos têm sido impiedosas, nesses últimos tempos, ceifando a vida de queridos amigos, pessoas de bem e do bem e que tanto fizeram, e certamente muito ainda teriam por fazer, em nossa terra. A última delas foi o Professor Meirevaldo Jonair de Paiva, ou simplesmente Meirevaldo, como fraternamente o tratávamos.
Fomos colegas no curso ginasial, que concluímos juntos. Depois, cada um seguiu o rumo escolhido: nós a Medicina, em que até hoje o Supremo Ser nos tem dado o privilégio de seguir atuando; ele dirigiu-se para o magistério, mais propriamente para o ensino da Língua Portuguesa, esta herança preciosa que os avoengos lusos nos deixaram e que a nós ambos sempre seduziu.
Voltamos a nos encontrar em 1977, aquando da submissão aos concursos de Livre Docência na UFPA, agora já com as carreiras definidas: nós em Técnica Cirúrgica, ele em Língua e Literatura Portuguesa. Ambos aprovados plenamente e com louvor recebemos juntos o capelo do doutoramento das mãos do reitor Clóvis Malcher.
Anos dobados havíamos concluído, após árdua e aprofundada pesquisa, a feitura de nosso terceiro livro: “Português em Números”, um trabalho ensaístico sobre o idioma camoniano e tencionávamos editá-lo, faltando para tal apenas o Prefácio. Quem melhor para fazê-lo? Este o fio condutor que nos levou novamente à presença do amigo, não sem um quê de receio, afinal, um aprendiz ia estar diante do Mestre. Após breve telefonema levamos o “boneco” de nossa obra para sua análise, consideração e – quem sabe? – aceite. No dia seguinte ligou-nos: Pandolfo, teu livro está muito bom e terei imenso prazer em prefaciá-lo, o que fez em poucos dias e ainda nos dando algumas “dicas” – não fora ele, uma vez mais, o Mestre – para enriquecê-lo.
Agora vimos nos jornais a infausta notícia de sua prematura morte. Quanta falta fará a esta carente terra. Quanto tinha ainda a acrescentar e tentar mudar para melhor na sempre esquecida área da educação – que ele dominava como ninguém! – em nossa parauara terra.
Que pena! Que perda! Requiescat in pace, amigo.
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(*) Médico e Escritor. ABRAMES/SOBRAMES
serpam@amazon.com.br - sergio.serpan@gmail.com
www.sergiopandolfo.com
Obs. O Texto, publicado originalmente no Jornal O Liberal (Belém) de 30/03/2010, foi "apresentado e aprovado por unanimidade, em Sessão Plenária neste Parlamento" (Câmara Municipal de Belém) em 11/05/2010, para "que seja transcrito nos anais desta Casa Legislativa" a requerimento do vereador Nadir Neves (PTB)