O APÊNDICE DA IGNORÃNCIA
De longe, percebo a esfingie
por entre a penumbra se esgueira
cabelos longos, pernas tanto quanto
acinturada e esguia
sem pudor, não esconde a face
como Naja a serpentear
faz com guizo do encanto,
engodo.
Falsas promessas; sim fez!
engano, traição mal ventura
numa elegância ordiária.
Olhos como torrentes vazias.
Por dentro, o nada se esconde,
divangando na composição
Sem elos, sem compromisso
Cólera e descontentamento
faz morada, no gelo
Incauto, cabelo ao vento
esguio como centauro
cabisbaixo, por pura escolha
tentando esconder o óbvio.
Pés no chão,
caucando espinhos
necessária se faz a dor,
sufocado, bebeu calado!