O APÊNDICE DA IGNORÃNCIA

De longe, percebo a esfingie

por entre a penumbra se esgueira

cabelos longos, pernas tanto quanto

acinturada e esguia

sem pudor, não esconde a face

como Naja a serpentear

faz com guizo do encanto,

engodo.

Falsas promessas; sim fez!

engano, traição mal ventura

numa elegância ordiária.

Olhos como torrentes vazias.

Por dentro, o nada se esconde,

divangando na composição

Sem elos, sem compromisso

Cólera e descontentamento

faz morada, no gelo

Incauto, cabelo ao vento

esguio como centauro

cabisbaixo, por pura escolha

tentando esconder o óbvio.

Pés no chão,

caucando espinhos

necessária se faz a dor,

sufocado, bebeu calado!

Cida Cortes
Enviado por Cida Cortes em 23/03/2010
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