PAI

Pai,

Ás vezes ausente,

Com ar durão,

Que ás vezes cheguei a duvidar

Que sentia alguma emoção...

Muitas vezes tentei entender,

Outras resolvi bater de frente

Como poderia querer,

Uma pessoa tão indiferente...

O tempo passou ...

E a vida me mostrou

Algo surpreendente

O pai que julgava indiferente

Também possui um coração.

E a partir daí comecei a dar mais atenção...

Procurei entender o jeito durão,

Visitar mais vezes e tentar ir além do aperto de mão,

Quem sabe um beijo no rosto e um abraço mudam a situação,

Mas a verdade é que tenho saudade do pai brincalhão.

Daquele que não esqueço,

Que marcou a minha infância

Mas que o tempo trouxe a distância

Mas que ainda há tempo para um recomeço.

Sei que ai dentro do peito

Também tem um coração,

Calado, inquieto,

Mas que não quer se expor

Talvez até por medo de sentir dor.

Os olhos cheios de lágrimas

Certa vez a mãe me contou

Ao saber que passei no vestibular

mesmo sem estudar

Tirando o quarto lugar.

Perdemos muito tempo

Com silêncio, com raiva ou com rancor

Mas no fundo, sei que temos ainda muito amor

Escondido pelo jeito de parecermos fortes

Mas que na verdade somos normais

Pessoas muito iguais, no jeito, no ânimo e no humor.

O que me mais me deixava com raiva

É após ter dado muita cabeçada

Ter que confessar (pelo menos para mim)

Que o Sr. Sempre teve razão.

Logo eu que não acreditava na sua visão

Adquirida pela experiência.

Pai, quero que saibas que tenho por você

Muito respeito e admiração,

E sou muito agradecida pela educação

Um feliz dia dos pais!

É o que a tua filha deseja do fundo do coração.

Viviane A R Rodrigues
Enviado por Viviane A R Rodrigues em 12/08/2006
Código do texto: T215054