PAI
Pai,
Ás vezes ausente,
Com ar durão,
Que ás vezes cheguei a duvidar
Que sentia alguma emoção...
Muitas vezes tentei entender,
Outras resolvi bater de frente
Como poderia querer,
Uma pessoa tão indiferente...
O tempo passou ...
E a vida me mostrou
Algo surpreendente
O pai que julgava indiferente
Também possui um coração.
E a partir daí comecei a dar mais atenção...
Procurei entender o jeito durão,
Visitar mais vezes e tentar ir além do aperto de mão,
Quem sabe um beijo no rosto e um abraço mudam a situação,
Mas a verdade é que tenho saudade do pai brincalhão.
Daquele que não esqueço,
Que marcou a minha infância
Mas que o tempo trouxe a distância
Mas que ainda há tempo para um recomeço.
Sei que ai dentro do peito
Também tem um coração,
Calado, inquieto,
Mas que não quer se expor
Talvez até por medo de sentir dor.
Os olhos cheios de lágrimas
Certa vez a mãe me contou
Ao saber que passei no vestibular
mesmo sem estudar
Tirando o quarto lugar.
Perdemos muito tempo
Com silêncio, com raiva ou com rancor
Mas no fundo, sei que temos ainda muito amor
Escondido pelo jeito de parecermos fortes
Mas que na verdade somos normais
Pessoas muito iguais, no jeito, no ânimo e no humor.
O que me mais me deixava com raiva
É após ter dado muita cabeçada
Ter que confessar (pelo menos para mim)
Que o Sr. Sempre teve razão.
Logo eu que não acreditava na sua visão
Adquirida pela experiência.
Pai, quero que saibas que tenho por você
Muito respeito e admiração,
E sou muito agradecida pela educação
Um feliz dia dos pais!
É o que a tua filha deseja do fundo do coração.